Associação quer transformar Vila Zelina em bairro temático do Leste Europeu

Aconteceu na noite da segunda-feira, dia 6, no salão nobre do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente, a apresentação do projeto de tematização do bairro de Vila Zelina. O evento contou com a presença da comunidade e da consulesa húngara, Eszter Dobos. A ideia, que partiu da Associação de Moradores do Bairro de Vila Zelina (Amoviza), visa transformar o local em um ponto cultural, turístico e gastronômico do Leste Europeu na cidade de São Paulo.

“Este é o início. Apresentar o projeto e trabalhar para dar andamento. Precisamos agora buscar parcerias para levantar fundos e contar com o suporte, essencial, da Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba e de parlamentares para colocar a ideia em execução. Com este projeto, além de atrair consumidores e fortalecer o bairro comercialmente, procuramos também congelar a verticalização da Vila Zelina e aumentar a segurança, o que irá melhorar a qualidade de vida dos moradores”, comentou o presidente da Amoviza, Vitor Gers Júnior, que convidou o subprefeito de Vila Prudente/Sapopemba, Roberto Alves dos Santos, para o evento, mas o mesmo não compareceu.

Por ironia, a ideia de tornar a Vila Zelina um bairro temático do Leste Europeu foi de um descendente de portugueses. Mais exatamente do vice-presidente da Amoviza, Luis Carlos do Amaral. “Cheguei aqui há 20 anos e no meio dessas 11 etnias que convivem na região comecei a perceber que a Vila Zelina era um lugar diferenciado. Sempre brincava que aqui era a Zona Leste sim, a Zona Leste Européia de São Paulo. Através disso surgiu a ideia em parceria com o Vitor Gers. Agora temos que trabalhar para motivar a população. Pois, para mim, esse projeto visa muito mais isso do que qualquer outra coisa, agregar os moradores da Vila Zelina”, explicou Amaral.

Um dos convidados para falar sobre o projeto foi o professor e coordenador do curso de Turismo da Unicid, Rinaldo Zaina Júnior, que ressaltou a importância da comunidade na tematização do bairro. 

“Se a ideia é preservar a Vila Zelina, diminuindo o crescimento imobiliário e transformando o local em um espaço da cultura, da comida e da dança do Leste Europeu, primeiramente os moradores do bairro têm que abraçar e viver esta ideia, receber bem os visitantes, para que quando alguém pense em Vila Zelina, pense em hospitalidade. Então a comunidade tem que ser a primeira a começar a prestigiar, participar, frequentar e valorizar estes eventos culturais que já existem no bairro. Sem a participação da comunidade a tematização pode virar um lugar comum, como por exemplo, os shoppings. O que tem em um shopping tem no outro, não há diferenciação. Então o visitante tem que se sentir vivenciando a cultura do Leste Europeu, e para isso é de extrema importância a participação de todos”, completou Júnior.

Propostas do projeto

De acordo com o cronograma feito pela Amoviza, que pretende, de forma otimista, realizar boa parte do projeto até o final deste ano, estão algumas mudanças significativas no visual do bairro, como a construção de um portal do Leste Europeu na saída da rua Monsenhor Pio Ragazinskas para o largo da Vila Zelina. Dentro da proposta, que conta com a criação de comércios típicos, também consta a ideia de tornar a feira artesanal, que já ocorre a cada bimestre, em um evento semanal, sempre aos domingos.

Confira outras alterações propostas para a tematização do bairro:

Primeira fase

Alargamento de passeios; troca de pavimento; aplique temático de alto relevo em portas e janelas; pintura de fachadas; e instalação de floreiras no bairro.

Segunda fase

Enterramento da fiação elétrica das vias; instalação de luminárias temáticas; e tematização de cabines telefônicas e de cobertura de pontos de ônibus.