Editorial

Situação de epidemia

Embora o São Lucas é o distrito da região em situação mais preocupante para os casos de dengue, todos os demais distritos locais são considerados em epidemia, levando em conta o número de ocorrências e a quantidade de habitantes. Conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde na última segunda-feira, dia 15, no intervalo de uma semana, o São Lucas passou de 1.664 para 1.970 confirmações de moradores com dengue. No distrito de Vila Prudente eram 620 casos no boletim anterior e agora são 949. Na Água Rasa o número de registros de dengue atingiu 1.027 ocorrências e na Mooca são 398.

Ainda de acordo com os dados oficiais da Prefeitura, são 145.926 ocorrências confirmadas da doença na cidade. Porém, os números são defasados cerca de uma semana em relação à situação atual. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a capital paulista já ultrapassou 150 mil casos.

Há muitos questionamentos sobre o surto da doença no país. Além do incontestável descaso das autoridades e da própria população com pontos alagadiços, imóveis, terrenos e entulho nas ruas que possam abrigar criadouros do mosquito Aedes Aegypti; especialistas também acreditam na relação entre os fatores climáticos e o aumento dos casos de dengue. O fenômeno El Niño, que causa elevação nas temperaturas, cria condições favoráveis para reprodução do Aedes Aegypti, ampliando a propagação da doença.

Para a dengue, a expectativa é a produção de um imunizante eficaz em larga escala – o que ainda não ocorreu. Ao contrário da pandemia de Covid-19, os laboratórios não produzem milhares de doses da vacina. Já o aquecimento global deve continuar afetando diretamente a saúde pública, provocando outros males. E faltam muitas ações emergenciais. Na capital paulista, por exemplo, a Prefeitura não parece preocupada com a saúde das futuras gerações e autoriza uma avalanche de alvarás para novos prédios, sem dar conta dos problemas já existentes, como as ilhas de calor em vários bairros que provocam temporais e inundação cada vez mais graves.

1 Comentário

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  • Elizabeth Florido 24 de maio de 2019, 12:05

    Ler um Editorial como esse com “e” maiúsculo, de um jornal também maiúsculo, a despeito da diminuição do número de páginas que o compõe hoje, é ter a certeza que existem pessoas, ainda, preocupadas com a realidade dos fatos e mais, com o que interessa: vida! E o verde reflete isso. Com certeza, não se trata de querer o terreno em sua totalidade, unicamente para uso de lazer, esportes e entretenimento, mas para que haja uma grande área de respiro, que inspire a contemplação do indivíduo ao passar por uma área livre, aberta, que evoca a nossa tenta infância quando se tinha campinhos e os chamados terrenos baldios. Paro por aqui porque o tema demanda discussões, mas bem mais o ato da reflexão sobre tudo isso. Deixo meus parabéns ao jornal, aos editores. Força para continuar em frente!