Queija não é mais subprefeito de Vila Prudente

Portaria do prefeito Bruno Covas, publicada nesta terça-feira, dia 7, no Diário Oficial do município, exonera José Antonio Varela Queija (foto) do cargo de subprefeito de Vila Prudente. A mesma portaria também destituiu o subprefeito do Ipiranga, Caio Vinicius de Moura Luz, que foi nomeado para assumir a Subprefeitura de Vila Prudente a partir de hoje.

Queija não foi transferido, por enquanto, para outra subprefeitura. Até o momento, não houve explicações para a mudança. No lugar de Caio Luz no Ipiranga foi nomeada Rosiris de Fátima Gabriel Rodrigues.

É a quarta alteração de comando na Subprefeitura de Vila Prudente desde o início da gestão João Doria/Bruno Covas na Prefeitura. Além de Queija, já passaram pelo cargo Jorge Farid Boulos e Guilherme Kopke Brito, atualmente na Subprefeitura Mooca.

Quem é?

Conforme informações no portal da Prefeitura, Caio Luz (foto abaixo) tem 32 anos e é morador do bairro do Ipiranga. É formado em Comunicação, especialista em Planejamento e Transportes e cursa Ciência Política na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Iniciou a carreira profissional na área de planejamento de transportes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), e, desde então, foi instrutor técnico do SENAI-SP, passou pelas secretarias da Casa Civil e de Governo do Estado de São Paulo, foi assessor parlamentar da Secretaria Estadual de Logística e Transportes e, na Cia Energética de São Paulo (CESP), participou do processo da venda do controle acionário da empresa. Estava na Subprefeitura do Ipiranga desde janeiro de 2019.

 

 

Números da Covid-19 em São Paulo

Durante a coletiva de imprensa do Governo do Estado ontem, que prorrogou a quarentena em São Paulo, médicos que integram o Centro de Contingência do coronavírus apresentaram dados detalhados da Covid-19 em São Paulo. Segundo o levantamento, o número de mortes pela Covid-19 entre 17 de março e 5 de abril já é quase igual ao total de óbitos por gripe registrado ao longo de todo o ano passado. As mortes subiram 180% em uma semana. Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena pode evitar 166 mil óbitos em São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTIs.

As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de UTI cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, no último dia 3. Somente no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, são 220 pacientes suspeitos ou confirmados, dos quais 110 internados em UTI.

O número de casos de coronavírus no Estado desde 26 de fevereiro chega a 4.620, até ontem, e atinge 107 cidades do estado. Ao todo, mais de 400 hospitais, entre públicos e privados, notificaram casos suspeitos. O total de mortes por Covid-19 (275 em 20 dias) já está próximo das 297 vítimas fatais por gripe registradas em 2019. Os boletins são divulgados diariamente no site do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado (www.cve.saude.sp.gov.br).

Quarentena

Porém, de acordo com o balanço divulgado, o cenário epidemiológico de São Paulo em relação ao coronavírus é melhor que o de outros países. O Governo do Estado decretou quarentena apenas 26 dias após o primeiro caso, quando havia 810 infectados e 22 mortes. Com isso, a curva de casos apresentou tendência de achatamento.

Na Itália, por exemplo, a quarentena foi decretada 49 dias do primeiro caso, já com 47.021 casos e 4.032 mortes, e mesmo assim a curva de contágio continuou crescente. O mesmo ocorreu na Espanha, onde a quarentena começou 45 dias depois do primeiro caso, quando havia 11.826 casos e 533 mortes.

Em São Paulo, o distanciamento social está ajudando a mitigar a transmissão de casos. Segundo estudo do Instituto Butantan em parceria com o Centro de Contingência, de acordo com os dados epidemiológicos disponíveis, antes das medidas de restrição a velocidade de transmissão do vírus era de uma para seis pessoas. Em 20 de março esse número caiu para uma para três. No dia 25, já era de uma para menos de duas. Mas somente quando a taxa for menor do que um para um poderá se dizer que a epidemia foi controlada.

A redução do contágio permitiu retardar o pico de internações nos hospitais da cidade de São Paulo, que ocorreria já na primeira semana de abril se nada tivesse sido feito. Conforme projeções do Instituto Butantan em parceria com a UnB (Universidade de Brasília), haveria mais doentes por coronavírus do que leitos necessários no SUS de São Paulo, e seria preciso acrescentar 20 mil novas vagas, das quais 6,5 mil de UTI. O sistema iria colapsar.

“Esses resultados positivos reforçam a importância das medidas de afastamento social adotadas. A evolução da epidemia indica claramente que as medidas tem que ser mantidas, e a adesão da sociedade, reforçada. O Centro de Contingência avalia diariamente o impacto das medidas na mobilidade das pessoas, e a constatação é que ainda existe espaço para melhoria. Neste momento crítico da epidemia, a única medida efetiva ao nosso dispor é o distanciamento social”, afirma o médico David Uip, coordenador do Centro de Contingência de São Paulo.