Crimes na Vila Zelina assustam moradores e comerciantes

Após a Folha publicar na semana passada, reportagem sobre casos de roubos praticados na região por homens em motocicletas, uma série de denúncias de outras ações criminosas chegou à redação. Um dos locais mais denunciados é o bairro de Vila Zelina, onde moradores e comerciantes estão assustados com o crescente número de furtos e roubos, principalmente de veículos e pedestres em plena luz do dia. Dois crimes recentes foram gravados por câmeras de segurança. Um ocorreu no dia 17 deste mês, na rua Inácio, e o outro na última quarta-feira, dia 25, na rua Tamuanas (foto).

As imagens do dia 17 mostram dois criminosos, um deles sobre uma bicicleta, abordando um homem que caminhava pela rua Inácio, por volta das 12h30. Eles obrigam o pedestre a entregar seus pertences e fogem com tranquilidade. No caso de anteontem, na rua Tamuanas, por volta das 10h, a câmera flagrou um homem conversando no celular e, em seguida, se abaixa sob a parte dianteira de um veículo estacionado na via para mexer no motor. Na sequência entra pela porta do motorista e aguarda o comparsa, que segundos depois, também sobe no carro e fogem.

De acordo com um morador que pede para não ser identificado, todos os dias há comentários sobre um novo crime. “Presto serviço para vários comércios do bairro e sempre escuto falarem sobre os assaltos. Além de veículos estacionados e pessoas que caminham pelas ruas, os estabelecimentos também têm sido alvo dos criminosos. Na semana passada um mercado próximo ao Largo de Vila Zelina foi invadido”, comentou. “Nos últimos anos a região cresceu muito e seu perfil modificou. Foram construídos vários empreendimentos, faculdades, escolas, estações do metrô e monotrilho, o que atraiu muitas pessoas para esta área, mas o que percebemos é que o efetivo da polícia militar não acompanhou esse crescimento e não foi reforçado para atender a demanda do bairro”, completou.

Segundo reportagem veiculada ontem no telejornal “Bom Dia São Paulo”, da Rede Globo, também sobre as ocorrências na Vila Zelina, Vila Prudente e arredores, dados da Secretaria de Segurança Pública apontam que crimes de furto e roubo na região tiveram alta de 10,67% entre janeiro e agosto de 2019 comparado ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e agosto de 2018, foram registrados 2.200 casos. Neste ano ocorreram 2.457.

Outro fato apurado pela Folha é a constante troca no comando da 4ª Companhia do 21º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano, justamente a responsável pelo policiamento ostensivo na região. Segundo pessoas que participam ativamente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Vila Prudente, em menos de um ano a Companhia já teve quatro comandantes diferentes, o que, na opinião delas, pode afetar as estratégias de segurança adotadas.

O 21º Batalhão informou que a última troca no comando da 4ª Companhia aconteceu há cerca de um mês, devido à transferência do capitão para a Diretoria de Ensino e Cultura da Polícia Militar. Não foram mencionadas as outras recentes mudanças. A nota do 21º Batalhão ressalta que a alteração no comando não impactou os indicadores criminais na região, uma vez que tais dados são monitorados diuturnamente pelos vários escalões da corporação.

O Batalhão salientou ainda que os indicadores de furto e roubos realmente aumentaram na região e, por isso, foram intensificadas ações e operações utilizando a Ronda com Auxílio de Motocicletas (ROCAM), Força Tática e Rádio Patrulha, mediante direcionamento de equipes das companhias circunvizinhas.

A Folha também procurou a Secretaria de Segurança Pública e aguarda um posicionamento. (Gerson Rodrigues)

Furto provoca suspensão de aulas em escola estadual

A escola estadual Oswaldo Cruz, que fica na rua da Mooca e é uma das mais antigas da cidade, suspendeu as aulas na última terça-feira, dia 24, após cabos de energia internos terem sido furtados durante a madrugada.

A unidade, que atende cerca de 900 alunos nos dois ciclos dos ensinos Fundamental e Médio, não pôde receber os estudantes pois estava sem luz. Questionada, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo informou que a reposição dos cabos já foi realizada e as aulas voltaram ao normal na quarta-feira, dia 25. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia local. O órgão informou ainda que o conteúdo pedagógico perdido será resposto e nenhum aluno será prejudicado com o ocorrido.

A Folha questionou a Secretaria sobre procedimentos de segurança que estão sendo adotados para que novos casos de furtos não ocorram, mas o órgão na se posicionou.
A escola é uma das unidades da rede estadual construídas na República Velha e funciona no bairro da Mooca desde 1914, quando era denominada Grupo Escolar da Mooca. Em 1917 passou a homenagear Oswaldo Cruz em seu nome. No ano de 1924 chegou a servir de hospital de guerra no curso da Revolução Paulista de 1924. (Gerson Rodrigues)