Por enquanto, só reforço de tapa-buraco na Anhaia Mello


Má notícia para os motoristas que trafegam pela avenida Anhaia Mello: vão continuar desviando de buracos e circulando pelo asfalto remendado. Por enquanto, a promessa da Prefeitura é apenas de reforçar o tapa-buraco. O principal corredor viário da região tem previsão de receber o recapeamento ainda neste ano, mas não há prazo para o início dos serviços.

Em setembro do ano passado, decreto do prefeito Bruno Covas (PSDB) publicado no Diário Oficial, incluiu a avenida Anhaia Mello entre as vias da cidade com prioridade para receber o programa de recapeamento. Na ocasião, foi informado que a via passaria por um estudo técnico para confirmar se ganharia novo asfalto de ponta a ponta.

De acordo com a Prefeitura, o estudo avalia o volume diário, a demanda de transporte coletivo sobre pneus, condições do pavimento existente e o histórico de operações de conservação, além das demandas da comunidade.
A Anhaia Mello foi bastante impactada pelas obras de construção da Linha 15-Prata do monotrilho, que hoje já opera em quase toda a extensão da via entre as estações Vila Prudente e Vila União. Para piorar, na última temporada de chuvas, a avenida foi bastante castigada pelas constantes inundações que chegaram a arrancar trechos do asfalto – principalmente na região da Vila Prudente até a divisa com o São Lucas.

Questionada sobre a conclusão do estudo para recapeamento, a Prefeitura ignorou a questão na semana passada e respondeu apenas que “os serviços de tapa-buraco serão reforçados nos próximos dias”. A Folha pediu novamente uma posição nesta semana e a resposta foi que “já foi realizado o estudo na Anhaia Mello e que após a conclusão das obras do monotrilho, a via receberá nova vistoria”. Foi ressaltado que “o recapeamento de toda a sua extensão está na previsão de execução do Programa Asfalto Novo em 2019”.

Há meses, as obras da Linha 15 estão mais concentradas na avenida Sapopemba e os motoristas reclamam da situação crítica do asfalto no trecho entre as estações São Lucas e Vila União, inauguradas desde abril do ano passado.

Nesta semana, a Subprefeitura de Vila Prudente realmente começou a fechar algumas das sequências de buracos existentes ao longo da avenida, mas as queixas continuam. “Se reparar bem, as crateras reabrem em pontos que já foram fechados pela Prefeitura, tem a marca do conserto anterior. Essa sucessão de remendos também atrapalha muito e bastam algumas chuvas para o buraco voltar”, comenta Giulio Dias, que trabalha na avenida, nas proximidades da rua Torquato Tasso. “É um absurdo protelarem o recapeamento depois de todas as enchentes ocorridas nos últimos meses”, completa. (Kátia Leite)

Na conta da Prefeitura, na região há 2.033 buracos


Até ontem, estavam pendentes 1.543 pedidos de tapa-buraco na região da Subprefeitura Mooca e 490 na área da Subprefeitura de Vila Prudente, segundo dados da Secretaria Municipal das Subprefeituras.

O governo municipal alega que o acúmulo de problemas pelas ruas ocorreu devido a problemas na Usina de Asfalto da Barra Funda, que encerrou suas atividades em janeiro após reivindicações de preservação ambiental e de moradores daquela região. Antes mesmo de parar a produção, a Usina, que chegou a fornecer mil toneladas de massa asfáltica por dia, já havia reduzido o ritmo por causa de um acordo firmado com o Ministério Público, que limitava o horário de funcionamento do espaço. Segundo a Prefeitura, entre outubro do ano passado e janeiro, a produção caiu para 600 toneladas, suficientes para cerca de 300 buracos por dia.

No início deste mês, a administração municipal conseguiu firmar contrato com três novas empresas e a gestão passou a executar mil buracos por dia, o equivalente a 22 mil toneladas por mês de massa asfáltica. A notícia foi acompanhada da promessa de zerar os pedidos de tapa-buracos, já registrados pelo Portal SP 156, em 40 dias. A grande dúvida da população é sobre quais buracos estão catalogados pela Prefeitura, já que alguns existem há meses.

Na rua Canuto Saraiva, esquina com a rua Visconde de Cairu, na Mooca, uma enorme cratera está aberta há mais de três meses segundo a vizinhança. Para evitar acidentes, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) sinalizou o local com um cone há cerca de um mês. “Isso mostra a morosidade do trabalho da Prefeitura. Se a CET alertou sobre o trecho com um cone, a administração municipal já deve estar ciente deste grande buraco, mas até agora nada foi feito. O que mais revolta é que esta via recebeu recape há cerca de dois anos”, comentou o comerciante Robson Ferreira.

Outro buraco antigo e que cresce a cada dia está na altura do número 338 da rua Coronel Joviniano Brandão, na divisa da Mooca com a Vila Prudente. “Vários moradores da via já reclamaram na Prefeitura. Alguns tentam, mas ninguém atende o telefone 156. A cratera era pequena e agora está monstruosa. Durante à noite, principalmente, muitos motoristas e motociclistas são pegos de surpresa”, contou o aposentado José Kruks, que reside quase em frente ao trecho problemático.

A Prefeitura explicou que, em média, o tempo para tapar um buraco é de até 30 minutos, podendo haver alteração em função do tamanho, profundidade, acesso da via e do clima, já que a massa asfáltica, por questões técnicas, não pode ser utilizada em dias de chuva. Ainda segundo as informações prestadas, no ano passado a Subprefeitura de Vila Prudente fechou mais de 4 mil buracos em sua área e a Subprefeitura Mooca consertou 2 mil buracos. (Kátia Leite/Gerson Rodrigues)

Há cerca de um mês, cone da CET sinaliza o perigo de uma cratera na rua Canuto Saraiva. (Agência Folha)
Vítimas das chuvas reclamam que não conseguem sacar o FGTS


Tão logo a Caixa Econômica Federal anunciou o início do atendimento para dar entrada no processo de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), muitos moradores atingidos pela violenta enchente na Vila Prudente no mês passado foram para uma agência . No entanto, alguns tiveram uma surpresa desagradável: seus endereços não constam na documentação enviada pela Prefeitura.

Alguns moradores da Comunidade de Vila Prudente estão indignados porque tiveram prejuízos com a inundação, esperam há mais de um mês para resgatar o FGTS e ainda perderam, em vão, parte do dia de trabalho para irem à Caixa. “Estava uma confusão na agência. Várias pessoas nesta situação”, comenta Fernando B. de Souza, que reside na altura do número 4.100 da viela Juriti e procurou a Folha nesta semana acompanhando de um grupo de moradores da comunidade que ficaram de fora da relação que constava no banco.

Ele mostrou à reportagem o atestado emitido pela  Divisão de Defesa Civil – Vila Prudente confirmando que o seu imóvel foi atingido pela enchente de 10 de março. “Mas, a Caixa não aceitou esse atestado. Então, fomos até a Defesa Civil de Vila Prudente que também não soube nos explicar o que aconteceu. É o meu dinheiro que estou tentando resgatar, nem é dinheiro dado pela Prefeitura”, reclama Souza.

“Várias moradias em diferentes travessas ficaram de fora na Comunidade de Vila Prudente. E esse último alagamento foi muito feio, chegou em casas que nunca tinham sido atingidas”, comenta a moradora da Viela das Garças, Solange Aparecida Santos.

A Folha também recebeu reclamações de residentes das ruas Coelho Neto e Limeira, na Vila Prudente. Um morador da altura do número 200 da Coelho Neto afirmou que também tem o atestado da Defesa Civil e não conseguiu ser atendido na Caixa porque o seu endereço não estava na relação.

A Prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, responsável pela Defesa Civil, estava se reunindo ontem com integrantes da Caixa Econômica Federal para acompanhar o andamento dos trabalhos e verificar a eventual necessidade de ajustes. Foi ressaltado ainda que a Defesa Civil já encaminhou o relatório com os dados das ruas e intervalos de números das casas afetadas apontados pelas respectivas Subprefeituras e que agora, cabe à Caixa realizar as providências necessárias. A Prefeitura destacou ainda que “é o banco que define as regras sobre quem pode ter acesso aos recursos do FGTS”.

A Caixa também confirmou que os endereços não identificados, principalmente vielas de comunidades, seriam discutidos em reunião entre a Defesa Civil, Subprefeitura e representantes do banco para analise dos procedimentos cabíveis. A assessoria da Caixa enfatizou que os locais afetados pela enchente foram identificados pela Defesa Civil da Prefeitura. (Kátia Leite)

Grupo de jovens faz encenação de “A Paixão de Cristo”


Mais de 140 jovens do grupo Segue-Me da Paróquia São Carlos Borromeu de Vila Prudente estarão envolvidos na tradicional encenação de “A Paixão de Cristo” que acontece nesta Sexta-feira Santa, dia 19, às 19h30, na Casa Madre Assunta Marchetti (antigo Orfanato Cristóvão Colombo). A expectativa é reunir público de duas mil pessoas.

Além dos atores em cena, os jovens cuidam de todo o sistema operacional do espetáculo, incluindo a produção, iluminação e o roteiro. “Nessa 22ª apresentação trazemos algumas mudanças no roteiro, como a passagem do Sermão da Montanha, e a instituição do Pai Nosso. Queremos novamente através da arte, evangelizar e levar a história de Cristo. Uma história de amor, de um Deus que se fez humano e morreu por nós”, explica Douglas Brunelli, diretor responsável pela apresentação. “Sempre com muita seriedade e profissionalismo, a cada ano a apresentação evoluí para levar emoção e entretenimento ao público”, completa.

A encenação terá quase duas horas de duração, contando a trajetória de Jesus desde o nascimento até o caminho do calvário e a crucificação. A entrada, não obrigatória, é um quilo de alimento não perecível.

A Casa Madre Assunta Marchetti fica na rua do Orfanato, 883, Vila Prudente. Mais informações: 2965-6084.

Espetáculo que mostra a trajetória de Jesus até a crucificação é tradicionalmente apresentado pelo grupo de jovens Segue-me da Paróquia São Carlos Borromeu de Vila Prudente
Caixa inicia pagamento do FGTS para vítimas das chuvas


A Caixa divulgou que inicia nesta segunda-feira, dia 15, o atendimento para liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos trabalhadores residentes nas áreas atingidas por temporais em regiões de São Paulo, Santo André e São Caetano do Sul.
As prefeituras desses municípios decretaram estado de emergência em razão dos estragos provocados pelas fortes chuvas nos dias 10 e 11 de março, situação que permite retirada do FGTS.

Diversos moradores da Vila Prudente e arredores aguardavam essa notícia. Alguns já foram diversas vezes em agências na tentativa de fazer o saque e reclamaram da demora diante da causa emergencial. A Caixa explicou que precisava de  documentação mais específica das prefeituras sobre as unidades realmente afetadas por alagamentos, o que atrasou o início do atendimento. De acordo com a Caixa, no caso de São Paulo, os bairros abrangidos pelo decreto são: Ipiranga, Vila Carioca, Vila Prudente e Cambuci

É importante ficar atento para a documentação exigida e não havendo pendências, será informado o dia para efetivar o saque, que acontece em até 5 dias úteis após a solicitação. O saque do FGTS pode ser requisitado até 12 de junho de 2019 para os municípios de São Paulo e Santo André, e até 13 de junho de 2019, para o município de São Caetano do Sul.

Os trabalhadores cujas casas foram atingidas pela inundação têm direito a sacar o saldo, limitado a R$ 6.220,00 por conta vinculada do FGTS. É possível consultar o saldo no site da Caixa: www.caixa.gov.br.

Documentação necessária (originais e cópias):
– Carteira de Identidade (também são aceitos carteira de habilitação, passaporte e novo modelo da Carteira do Trabalho);
– Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS – Páginas de identificação, contratos de trabalho e anotações gerais);
– Comprovante de residência em nome do trabalhador (conta de luz, água ou outro documento recebido via correio), emitido nos últimos 120 dias anteriores à decretação da emergência;
– Cartão do Cidadão (opcional);
– Cartão ou o número da conta na CAIXA, para facilitar o crédito, caso possua.

Só um projeto contra enchentes tem prazo de início


No último dia 10 completou um mês da violenta enchente que provocou mortes, destruição e prejuízos na cidade. Vila Prudente, Mooca, Ipiranga e municípios vizinhos do ABC estão entre as mais impactadas. Muitos moradores e empresas ainda não conseguiram se recuperar dos estragos causados pela inundação histórica e o que todos querem saber é: quais são os planos dos governos para evitar a repetição destas graves cenas. A Folha questionou o Estado e o Município e as projetos ainda devem demorar para surtirem efeitos práticos.

A Secretaria de Comunicação da Prefeitura informou que, para a contenção das inundações em áreas da Vila Prudente, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) está licitando o projeto executivo do piscinão do Córrego da Mooca, previsto para ser construído embaixo do campo de futebol do CEE Arthur Friedenreich, na esquina da avenida Anhaia Mello com a avenida Jacinto Menezes Palhares. Foi ressaltado que em dezembro do ano passado foi assinado contrato junto ao Governo Federal para a liberação de recursos para execução da obra. O reservatório terá cerca de 134 mil m³ de capacidade. No entanto, não foi divulgada previsão para o início da construção.

A Subprefeitura de Vila Prudente esclareceu que existe outro projeto que visa a melhoria da vazão do Córrego Mooca no rio Tamanduateí em fase final de elaboração, mas que somente a SIURB pode fornecer mais detalhes. A Folha questionou a Secretaria e não obteve resposta.

Já a Secretaria das Subprefeituras informou que prioriza os serviços de zeladoria em todas as 32 subprefeituras e, em épocas de chuva, as ações são intensificadas. O órgão salientou ainda que nos três primeiros meses deste ano a Subprefeitura Mooca limpou 254 bocas de lobo, 84 poços de visita, atingindo 401 metros de galeria. A Subprefeitura de Vila Prudente limpou 1.165 bocas de lobo, 258 poços de visita e 7.798 metros de galeria.

No âmbito estadual, o Departamento de Águas e Energia (DAEE) voltou a afirmar que nos dias 10 e 11 de março choveu cerca de 134 milímetros na região e que a grande precipitação pluviométrica foi a responsável pelo transbordamento do Piscinão Guamiranga, na Vila Prudente. Foi ressaltado que o reservatório recebe manutenção periódica e a última ocorreu no final do ano passado. O DAEE informou ainda que está concluindo a licitação para implantar uma galeria na altura da rua Pindamonhangaba, que deve auxiliar o sistema de drenagem do trecho. O início da obra está previsto para o segundo semestre deste ano. (Gerson Rodrigues)

 

Inundações: veja propostas dos vereadores para prevenção


A reportagem da Folha conversou com alguns dos vereadores que atuam na região para saber quais são as ações de cada um voltadas ao combate das enchentes. Confira:

Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), a falta de investimentos dos governos em obras contra inundações é um dos fatores responsáveis pelos estragos. “Os números da execução orçamentária municipal confirmam. Em 2017 e 2018 foram gastos um terço do orçado para tal finalidade”, afirmou. “Também responsável pelos rios da cidade e por obras de drenagem, o papel do Estado no combate às cheias beira o descaso. Nos quatro anos da gestão passada estavam previstos R$ 3,2 bilhões, mas foi investido apenas R$ 1,5 bilhão. Tenho indagado o motivo através de ofícios e pessoalmente quando encontro representantes da Prefeitura e do Estado”, completou. Ela também afirmou que está organizando uma grande audiência pública com representantes da Câmara Municipal, da Assembleia Legislativa, do Estado e Prefeitura para criação de propostas para serem executadas a médio e longo prazo.

O vereador Claudio Fonseca (PPS) declarou que mantém contato frequente com o Poder Executivo, tanto através de ofícios, como na visita mensal do prefeito à Câmara. “Na presença do prefeito, um dos meus questionamentos é sempre sobre as inundações. Tento mostrar que o governo fala, pensa e procura grandiosas formas de solução, mas, na verdade, ações simples podem ser mais eficazes, como maior investimento em planos de microdrenagem, recuperação de galerias, de bocas de lobo, construção de reservatórios em torno de grandes empreendimentos e maior eficiência nos serviços de zeladoria, limpeza preventiva de córregos e galerias, entre outros”, explicou. O vereador afirmou ainda que tem questionado às Secretarias sobre os projetos que estão sendo elaborados para que possa destinar emendas e acelerar a implantação, mas destacou que encontra dificuldades em obter retornos.

O vereador Rinaldi Digilio (PRB) comentou que visita constantemente as áreas mais vulneráveis a enchentes e nos dois primeiros anos de mandato encaminhou mais de 500 ofícios à Prefeitura, a maioria cobrando maior eficiência em serviços para minimizar os alagamentos. “Acredito que se houver mais empenho e eficiência na limpeza de córregos, manutenção de galerias, conservação de ramais pluviais e no recolhimento de entulho, o impacto das chuvas será menor”, declarou. Segundo o vereador, no Plano de Metas da Prefeitura para este ano consta grande investimento no combate às enchentes. “Brigarei para que pelo menos um terço seja destinado à região, que é uma das localidades mais afetadas por inundações da cidade”, completou. “Também me comprometo a procurar e estudar projetos que possam amenizar as cheias e destinar emendas para aqueles que realmente mostrarem efetividade”, concluiu.

A vereadora Edir Sales (PSD) afirma que está sempre em contato com o Executivo cobrando medidas para o combate às enchentes, sendo que uma delas é a construção do piscinão embaixo do campo de futebol do CEE Arthur Friedenreich, na avenida Anhaia Mello. “Outras ações também precisam ser tomadas e é o que o meu mandato não cansa de cobrar”, declarou a vereadora afirmando que tem pleiteado a construção e reformas de galerias na região, as quais podem ser executadas através de emendas parlamentares. A vereadora explicou também que fez questão de estar entre os oito integrantes do Comitê Extraordinário de Chuvas e Enchentes criado na Câmara Municipal após a violenta inundação ocorrida há um mês. “A minha intenção é mostrar que a região é uma das mais afetadas pelas cheias e tentar trazer soluções para esta área”, completou. (Gerson Rodrigues)

Funcionários de empresas inundadas protestam


Um mês após a violenta enchente que atingiu a região, trabalhadores de empresas das avenidas Henry Ford, Presidente Wilson e arredores fizeram manifestação na manhã desta quinta-feira, dia 11, para cobrar atenção dos governos municipal e estadual. Os funcionários temem demissões em massa por conta dos prejuízos causados pela inundação. A Folha mostrou o drama das empresas há 15 dias. A estimativa dos organizadores é de que quatro mil pessoas participaram do ato.

Os trabalhadores se concentraram na avenida Henry Ford por volta das 6h30 e seguiram em passeata, com vários cartazes e faixas, até a rua Capitão Pacheco e Chaves, onde subiram o viaduto no sentido Ipiranga. Duas pistas foram bloqueadas pelos manifestantes, tumultuando o trânsito. O protesto durou cerca de duas horas e, por volta das 8h30, os funcionários voltaram ao trabalho.

“Foi uma manifestação pacífica com o intuito de chamar a atenção da Prefeitura e do Governo do Estado para receberem os representantes das empresas, entenderem a grave situação e proporcionarem algum tipo de renuncia fiscal para criação de um plano de recuperação. Os prejuízos estimados com a enchente já ultrapassam R$ 500 milhões. Se não houver a colaboração dos governos, as empresas terão que começar a demitir funcionários para tentarem se reerguer”, explicou João Lo Ré Neto, funcionário de uma das companhias afetadas e um dos representantes dos trabalhadores.

Entre as principais reivindicações está a diminuição do Imposto Sobre Serviço (ISS), do município, e a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelo Estado, por pelo menos três anos. “Com esses benefícios as empresas poderão ter fôlego para manterem os empregos. Até o momento conseguiram apenas o decreto municipal de Situação de Emergência, mas isso não é o suficiente. Precisam de mais respaldo da Prefeitura e, principalmente do Estado, como ocorreu com montadoras do ABC. Já se passou um mês e nenhum representante do Estado apareceu para prestar apoio e está muito difícil chegar em alguém do Governo”, completou Neto. (Gerson Rodrigues)

Leia mais: Prefeitura decreta estado de emergência na Henry Ford e arredores

Prefeitura auxilia mudança para imóvel irregular na região


A inusitada cena confundia quem passava pelo local. No início da tarde desta terça-feira, dia 9, cerca de 15 funcionários uniformizados da Prefeitura carregavam móveis, malas, eletrodomésticos, bicicletas infantis e outros objetos em frente ao deteriorado imóvel que no passado abrigou a Padaria Amália, na esquina das avenidas Salim Farah Maluf e Vila Ema. Quem via a ação, imaginava o mais óbvio: que acontecia uma nova desocupação do prédio, a exemplo da promovida pelo governo municipal há três meses. Mas, era exatamente o contrário: a própria Prefeitura estava fazendo a mudança de famílias para um imóvel particular, irregular e em estado bastante precário de conservação.

Conforme a Folha flagrou, os funcionários da Prefeitura descarregavam os pertences dos caminhões e colocavam nas calçadas, enquanto os novos moradores levavam para o interior do imóvel. No mesmo dia aconteceu a reintegração de posse de um conjunto habitacional social na região de Heliópolis, no Ipiranga, e o próprio governo municipal divulgou que “para atender as famílias que estão saindo voluntariamente, a municipalidade está disponibilizando sem custo o transporte para todos os interessados”. Ao que tudo indica, a Prefeitura tirou adultos e crianças de ocupação e transferiu parte delas para outra moradia irregular e instável. Um funcionário municipal que participava da ação na Vila Ema alegou que “foi o endereço fornecido pelas pessoas”.

Segundo a vizinhança, a entrada de novos moradores no prédio da antiga padaria se intensificou nos últimos dias. “Desde sábado temos visto essa movimentação maior. O mais absurdo é a própria Prefeitura colocar pessoas dentro de um imóvel com grande risco de incêndio ou desabamento. Custei a acreditar no que estava vendo”, comenta uma vizinha do imóvel.

O prédio da antiga Padaria Amália foi ocupado por sem-tetos em maio de 2016. O espaço acumula dívidas com a Prefeitura, está abandonado há vários anos e já era alvo de reclamações da vizinhança pelas más condições antes da primeira invasão. No ano passado, depois do incêndio e desabamento de um edifício invadido no Largo do Paissandu, na região central, a Prefeitura criou um grupo de trabalho para verificar as ocupações da cidade – justamente com o objetivo de evitar novas tragédias. O imóvel na Vila Ema foi um dos vistoriados e mesmo sendo particular, o governo municipal moveu ação judicial com pedido de tutela de urgência. A Justiça acatou a solicitação e concedeu a liminar para desocupação.

O prazo para saída das cerca de 150 famílias que viviam no local terminou em dezembro e no dia 7 de janeiro, a Prefeitura fez a desocupação, com apoio da Justiça e da Polícia Militar. No final da ação emparedou todos os acessos do prédio para evitar nova invasão. No entanto, desde o final de janeiro, moradores e comerciantes do entorno denunciam que diversas pessoas estavam abrigadas no amplo imóvel novamente. O governo municipal também estava ciente e alegou que “cabia ao proprietário coibir nova ocupação”.

Sobre as mudanças flagradas hoje no prédio com auxílio de equipe da Prefeitura, a reportagem encaminhou e-mails para as secretarias municipal de Comunicação, Assistência Social, Habitação e das Subprefeituras, além da Subprefeitura Mooca, responsável pela administração da área onde está o imóvel. Até o fechamento desta matéria não houve respostas. (Gerson Rodrigues / Kátia Leite)

Cerca de 15 funcionários uniformizados da Prefeitura auxiliavam a mudança de famílias para o imóvel da antiga Padaria Amália, que foi alvo de desocupação há três meses. (Fotos: Agência Folha)

 

Começa a vacinação contra a gripe


Tem início nesta quarta-feira, dia 10, mais uma campanha de vacinação gratuita contra o vírus Influenza, causador da gripe. Assim como nos anos anteriores, a imunização será realizada em etapas e destinada a grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, compostos por pessoas mais propensas a desenvolver complicações causadas pela doença. Até o próximo dia 19, serão vacinadas gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) e crianças de seis meses até cinco anos, 11 meses e 29 dias de idade. A dose está disponível nas unidades básicas de saúde (UBSs).

De 22 de abril até 31 de maio, data prevista para o término da campanha, serão incluídos os demais grupos prioritários: trabalhadores da área de saúde, pessoas com 60 anos ou mais, povos indígenas e professores da rede pública e privada, entre outros.

A vacina protege contra três subtipos do vírus da gripe: H1N1, H3N2 e Influenza B. A campanha é realizada anualmente, pois a proteção da vacina é de aproximadamente um ano.

A coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, da Secretaria de Saúde, Maria Lígia Nerger, reforça que a vacina é segura e que os rumores de que ela causa gripe não são verdadeiros. “A dose aplicada nas UBSs é composta por partículas de vírus morto, o que inviabiliza a contaminação. Uma parcela muito pequena da população vacinada pode apresentar febre baixa ou mal-estar alguns dias após receber a dose, o que não contraindica a vacinação”, orienta.

Para pessoas que têm alergia a algum componente da vacina, a recomendação é realizar avaliação médica criteriosa antes de receber a dose. Quem está com febre alta deve adiar a vacinação.