Prefeitura auxilia mudança para imóvel irregular na região


A inusitada cena confundia quem passava pelo local. No início da tarde desta terça-feira, dia 9, cerca de 15 funcionários uniformizados da Prefeitura carregavam móveis, malas, eletrodomésticos, bicicletas infantis e outros objetos em frente ao deteriorado imóvel que no passado abrigou a Padaria Amália, na esquina das avenidas Salim Farah Maluf e Vila Ema. Quem via a ação, imaginava o mais óbvio: que acontecia uma nova desocupação do prédio, a exemplo da promovida pelo governo municipal há três meses. Mas, era exatamente o contrário: a própria Prefeitura estava fazendo a mudança de famílias para um imóvel particular, irregular e em estado bastante precário de conservação.

Conforme a Folha flagrou, os funcionários da Prefeitura descarregavam os pertences dos caminhões e colocavam nas calçadas, enquanto os novos moradores levavam para o interior do imóvel. No mesmo dia aconteceu a reintegração de posse de um conjunto habitacional social na região de Heliópolis, no Ipiranga, e o próprio governo municipal divulgou que “para atender as famílias que estão saindo voluntariamente, a municipalidade está disponibilizando sem custo o transporte para todos os interessados”. Ao que tudo indica, a Prefeitura tirou adultos e crianças de ocupação e transferiu parte delas para outra moradia irregular e instável. Um funcionário municipal que participava da ação na Vila Ema alegou que “foi o endereço fornecido pelas pessoas”.

Segundo a vizinhança, a entrada de novos moradores no prédio da antiga padaria se intensificou nos últimos dias. “Desde sábado temos visto essa movimentação maior. O mais absurdo é a própria Prefeitura colocar pessoas dentro de um imóvel com grande risco de incêndio ou desabamento. Custei a acreditar no que estava vendo”, comenta uma vizinha do imóvel.

O prédio da antiga Padaria Amália foi ocupado por sem-tetos em maio de 2016. O espaço acumula dívidas com a Prefeitura, está abandonado há vários anos e já era alvo de reclamações da vizinhança pelas más condições antes da primeira invasão. No ano passado, depois do incêndio e desabamento de um edifício invadido no Largo do Paissandu, na região central, a Prefeitura criou um grupo de trabalho para verificar as ocupações da cidade – justamente com o objetivo de evitar novas tragédias. O imóvel na Vila Ema foi um dos vistoriados e mesmo sendo particular, o governo municipal moveu ação judicial com pedido de tutela de urgência. A Justiça acatou a solicitação e concedeu a liminar para desocupação.

O prazo para saída das cerca de 150 famílias que viviam no local terminou em dezembro e no dia 7 de janeiro, a Prefeitura fez a desocupação, com apoio da Justiça e da Polícia Militar. No final da ação emparedou todos os acessos do prédio para evitar nova invasão. No entanto, desde o final de janeiro, moradores e comerciantes do entorno denunciam que diversas pessoas estavam abrigadas no amplo imóvel novamente. O governo municipal também estava ciente e alegou que “cabia ao proprietário coibir nova ocupação”.

Sobre as mudanças flagradas hoje no prédio com auxílio de equipe da Prefeitura, a reportagem encaminhou e-mails para as secretarias municipal de Comunicação, Assistência Social, Habitação e das Subprefeituras, além da Subprefeitura Mooca, responsável pela administração da área onde está o imóvel. Até o fechamento desta matéria não houve respostas. (Gerson Rodrigues / Kátia Leite)

Cerca de 15 funcionários uniformizados da Prefeitura auxiliavam a mudança de famílias para o imóvel da antiga Padaria Amália, que foi alvo de desocupação há três meses. (Fotos: Agência Folha)

 

Começa a vacinação contra a gripe


Tem início nesta quarta-feira, dia 10, mais uma campanha de vacinação gratuita contra o vírus Influenza, causador da gripe. Assim como nos anos anteriores, a imunização será realizada em etapas e destinada a grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, compostos por pessoas mais propensas a desenvolver complicações causadas pela doença. Até o próximo dia 19, serão vacinadas gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) e crianças de seis meses até cinco anos, 11 meses e 29 dias de idade. A dose está disponível nas unidades básicas de saúde (UBSs).

De 22 de abril até 31 de maio, data prevista para o término da campanha, serão incluídos os demais grupos prioritários: trabalhadores da área de saúde, pessoas com 60 anos ou mais, povos indígenas e professores da rede pública e privada, entre outros.

A vacina protege contra três subtipos do vírus da gripe: H1N1, H3N2 e Influenza B. A campanha é realizada anualmente, pois a proteção da vacina é de aproximadamente um ano.

A coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, da Secretaria de Saúde, Maria Lígia Nerger, reforça que a vacina é segura e que os rumores de que ela causa gripe não são verdadeiros. “A dose aplicada nas UBSs é composta por partículas de vírus morto, o que inviabiliza a contaminação. Uma parcela muito pequena da população vacinada pode apresentar febre baixa ou mal-estar alguns dias após receber a dose, o que não contraindica a vacinação”, orienta.

Para pessoas que têm alergia a algum componente da vacina, a recomendação é realizar avaliação médica criteriosa antes de receber a dose. Quem está com febre alta deve adiar a vacinação.