Comissão é formada para apontar necessidades da saúde local

Aconteceu na manhã da terça-feira, dia 19, no auditório da Prefeitura Regional Vila Prudente, reunião entre representantes da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste, conselheiros da cidade e locais e a comunidade. A expectativa dos presentes era que fosse apresentado o novo plano de reestruturação das unidades de saúde da Prefeitura. O governo municipal tinha a intenção de fechar Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) já a partir do mês passado, mas houve a intervenção do Ministério Público. No entanto, o encontro desta semana serviu apenas para anunciar que a comunidade deve formar uma comissão. Houve muitas queixas porque a situação exige mais agilidade da Prefeitura, já que muitas AMAs não tiveram o quadro de médicos recomposto após o governo interromper a reestruturação.

Há 20 dias, a Folha fez matéria sobre a AMA Hermenegildo Morbin Jr., no Jardim Independência, que conforme o projeto da Prefeitura seria fechada no mês passado. No entanto, apesar de continuar aberta, segue com déficit de quatro profissionais. Questionada na ocasião da matéria, a Secretária de Saúde não especificou quando o quadro de médicos seria recomposto.

A comissão com a participação popular terá o objetivo de discutir a realidade da saúde local, levantar os principais problemas e criar um documento com sugestões de melhorias para ser entregue à Secretaria de Saúde, através da Coordenadoria local. Posteriormente, com os dados apontados pela comissão, a Secretaria terá que readequar o projeto municipal de reestruturação e apresentar ao Ministério Público.

Segundo o coordenador regional de saúde Sudeste, José Roberto Abdalla, a criação dessa comissão tem como objetivo conduzir o processo de diálogo com a população. “A intenção é fazer com que a comunidade debata a realidade em seu território, aponte os problemas e nos traga sugestões para que sintetizemos para incluirmos na proposta a ser apresentada ao Ministério Público”, declarou Abdalla, que também fará parte da comissão, além de outros representantes da Secretaria de Saúde.

A vereadora Juliana Cardoso (PT), que estava presente na reunião, defendeu que para a comunidade debater a situação da saúde é necessário mais transparência da Prefeitura. “Para as discussões serem iniciadas, a população precisa de um diagnóstico atualizado da saúde em seus territórios. Qual é a atual situação, quais são os déficits das unidades, quais são os contratos em vigor, entre outras informações. Assim que forem transmitidos os dados, será mais claro o apontamento das necessidades”, cobrou. Juliana, ao lado do ex-deputado Adriano Diogo (PT), foi uma das responsáveis pela intervenção do Ministério Público (MP) na suspensão da proposta de reestruturação da saúde. Foram eles, juntamente com movimentos de saúde da Zona Leste, que acionaram o MP em março deste ano, pois estavam aflitos com as alterações propostas pelo governo municipal.

Os representantes da Secretaria acataram a sugestão da vereadora e agendarão para os próximos dias duas reuniões, uma na região de Sapopemba e outra na Vila Prudente, para apresentarem os dados solicitados. A comissão constituída terá até o dia 13 de julho para apresentar à Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste o documento final com os apontamentos locais.