Longas filas na região para vacina contra febre amarela
Fila na UBS Vila Prudente no início da tarde da quarta-feira, dia 10

 

Apesar dos distritos da Vila Prudente e do São Lucas não estarem classificados pela Prefeitura como áreas de risco de exposição à febre amarela, a corrida aos postos de vacinação está intensa na região e como poucas unidades de saúde estão recebendo a vacina contra a doença, longas filas se formam nas calçadas.

Sob o forte sol da tarde da quarta-feira, dia 10, a espera para conseguir tomar a dose era de três horas na UBS do Parque São Lucas, na rua Dr. Nogueira de Noronha. No mesmo dia, outra grande fila, sempre com várias crianças e idosos, era avistada do lado de fora da UBS Vila Prudente. Em ambos os postos, as atendentes avisavam que não haveria vacinação na manhã seguinte por falta de mais doses.

Enquanto isso, a reportagem constatou que a  UBS do Jardim Independência estava tranquila porque não está incluída na vacinação contra a febre amarela. “Saí do meu bairro para vir ao São Lucas e me deparo com essa fila enorme. Trouxe meus filhos e sobrinhos para tomar a vacina, mas não tem condições de ficar na calçada quase três horas com quatro crianças”, reclama Inês de Souza que antes passou na UBS do Jardim Independência e foi orientada a ir ao Parque São Lucas.

A Secretaria Municipal de Saúde esclareceu que Vila Prudente e São Lucas contam com unidades de referência para vacinar quem vai viajar para áreas de risco da doença, mas não integram a campanha de vacinação, e reforçou que, para quem não mora ou trabalha em regiões com recomendação de vacinação, a orientação é procurar as unidades apenas em casos de viagem.  A Secretária de Saúde ressaltou ainda que as áreas foram determinadas levando em consideração os corredores ecológicos e o risco de exposição à doença. (Kátia Leite)

Espera de três horas para conseguir tomar a vacina na UBS do Parque São Lucas
Ano novo e velhos problemas no cemitério

O Cemitério São Pedro, em Vila Alpina, continua assombrando quem precisa passar algumas horas no local. É bastante comum os munícipes saírem assustados com os diversos problemas de falta de manutenção e de segurança no equipamento funerário. O pior é que as queixas são sempre as mesmas e a Prefeitura não consegue garantir a paz no cemitério.

O morador da Mooca, Antonio Carlos Affonso, de 78 anos, foi ao velório do tio no sábado, dia 6, e em cerca de três horas que permaneceu no local conseguiu acumular várias reclamações, inclusive a de não encontrar um responsável para expressar as queixas pessoalmente no próprio dia. “Saí com a sensação de que os funcionários se escondem da gente porque sabem que vão ouvir reclamações. Por isso, resolvi ligar para o jornal”, comentou com a reportagem da Folha no início da semana.

Affonso relatou que teve que tapar o nariz para conseguir usar o banheiro masculino. “Fiquei abismado com a imundice e o mau cheiro nos banheiros. As mulheres da nossa família nem arriscaram usar o feminino, apesar do tempo que permaneceram no cemitério”, conta. Na sala do velório, mais descaso com os munícipes. “Na sala H tinha um ventilador cujo barulho parecia de uma hélice de helicóptero. Por causa do calor, era ruim deixar desligado, mas o barulhão era absurdo. Alguns parentes, em pleno velório, tiveram que tentar amenizar o barulho porque também não encontraram alguém da manutenção do cemitério”, comenta.

Ele conta ainda que há cachorros espalhados por todo lado e o único bar do local, não tinha água gelada para vender. Por fim, não bastassem todos os contratempos, Affonso, a esposa de 76 anos e mais alguns parentes foram abordados por dois homens, que aparentavam estar drogados, quando voltavam do enterro para o estacionamento. “Ficaram insistindo que tínhamos que dar dinheiro. Tive que falar bravo com eles para pararem de nos importunar e não vi segurança pelas imediações”, disse indignado. “Já chegamos ao cemitério derrotados pela perda de um familiar e ainda passamos por tudo isso. É muito absurdo”, completa.

A reportagem cobrou uma posição do Serviço Funerário do Município que alegou que “a atual gestão tem intensificado as vistorias e fiscalização dos serviços de zeladoria nos 22 cemitérios municipais”. Informou também que no sábado relatado foram realizados 15 velórios no Cemitério São Pedro, o que aumentou a demanda dos serviços de zeladoria e que as providências necessárias para manutenção dos equipamentos, dentre eles os ventiladores, estão sendo tomadas. A administração do cemitério relatou ainda que os funcionários estavam trabalhando normalmente e não foram procurados por qualquer munícipe, motivo pelo qual “estranharam o relato enviado pela reportagem”.

Em relação à segurança, o Serviço Funerário mencionou que o número de rondas periódicas nos cemitérios, agências, velórios e no crematório foram  intensificados por meio de uma parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM). Somente  em 2017, foram 17.078 rondas, quase o triplo em todo o ano de 2016, que totalizou 6.926 rondas.

Há quase um ano, em fevereiro do ano passado, a Folha fez ampla matéria relatando as precárias situações dos banheiros e salas de velórios do Cemitério São Pedro. Em setembro, publicou outra extensa matéria sobre uma mulher que foi assaltada e agredida quando voltava do túmulo do irmão. Também houve casos de furtos de veículos no estacionamento da unidade. (Kátia Leite)

Reclamação de Zona Azul na praça do Centenário

No final do ano passado a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) implantou o sistema de estacionamento rotativo, conhecido como Zona Azul, no entorno da praça do Centenário, em Vila Prudente. No local, além de prédios residenciais, há uma escola estadual, uma biblioteca pública, uma Unidade Básica de Saúde e um hospital municipal Dia, cujos equipamentos atraem grande número de pessoas, principalmente idosos no caso dos postos de saúde. A ação da Prefeitura causou indignação aos motoristas que necessitam parar nas vagas disponíveis nos arredores.

Para o morador da região, Claudio Henrique, o grande problema é a dificuldade encontrada na atual forma de cobrança da Zona Azul. Desde julho de 2016, ao invés de pagar por bilhetes de papel, os condutores podem estacionar em vagas rotativas comprando créditos por meio de aplicativos. O modelo de papel ainda é valido, mas, segundo os usuários, está difícil de ser encontrado. “Boa parte das pessoas que precisam parar no entorno da praça do Centenário são idosas e se dirigem às unidades de saúde. Quem não sabe mexer em um celular moderno ou não tem internet, não consegue mais validar a permanência dos carros nas vagas. Além disso, os lugares que ainda vendem talões de papel ficam muito longe. Há alguns dias parei meu carro na praça e fui até a lotérica na rua do Orfanato comprar o bilhete de papel e quando voltei já havia sido multado”, contou Henrique.

Questionada, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a nova administração tem trabalhado para ampliar o acesso dos motoristas à Zona Azul Digital e destacou os locais na região citada que comercializam os bilhetes de papel, que são: rua do Orfanato números 915, 703, 411,229, 199; rua Ibitirama 1946 e 1200; rua Cavour 267.