CET propõe ciclovia na avenida Zelina

 

Secretário Sergio Avelleda participou de audiência pública sobre ciclovias em Vila Prudente

 

O clima esquentou na longa audiência realizada na noite da última segunda-feira, dia 18, no salão nobre do Círculo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente, que recebeu grande público. Promessa de campanha eleitoral do prefeito eleito João Doria (PSDB), a revisão das faixas para ciclistas implantadas na gestão passada é aguardada pela comunidade local desde o início do novo governo. Porém, a polêmica surgiu porque parte dos presentes na reunião esperava receber a notícia de que algumas ciclovias da Vila Zelina e do Jardim Avelino seriam removidas definitivamente. No entanto, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apresentou proposta de transferir algumas faixas de ruas e criar novos quilômetros, sendo uma das sugestões, a avenida Zelina – o que gerou reclamações imediatas, principalmente de comerciantes preocupados com a possível queda das vendas em seus negócios. Por outro lado, os vários ciclistas presentes na audiência defenderam o direito de pedalar, garantiram que pessoas em bicicletas também fazem compras e apresentaram a estatística de aumento de 75% de mortes de ciclistas no trânsito nos últimos seis meses. O evento, organizado pela vereadora Edir Sales (PSD), contou com o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, Sergio Avelleda; e o prefeito regional de Vila Prudente, Guilherme Brito, além de técnicos da CET.

Em sua fala inicial, o secretário deixou claro que a audiência não teria necessidade de estar ocorrendo naquela noite se o governo anterior tivesse promovido a discussão com a comunidade antes de criar a rede cicloviária na região. “Teriam conseguido atender tanto o desejo das pessoas que querem pedalar para se locomover pela cidade sem causar poluição e trânsito, como teriam aprimorado o projeto para atender as necessidades dos moradores e comerciantes. Estamos fazendo isso em Pinheiros, onde já promovemos cinco reuniões para discutir a implantação de uma ciclovia”, destacou Avelleda. Mas, o secretario também fez questão de deixar claro que fazer ciclovia “não é política de partido” e está prevista em leis federal e municipal. “Então não é porque determinada administração fez muito rápido ou mal feita, que podemos deixar contaminar toda a ideia de ciclovias. O ex-prefeito de Nova York,  Michael Bloomberg, um dos homens mais ricos do mundo, dono de um império de comunicação e megaempresário, construiu 700 quilômetros de ciclovias. Então, vamos tirar essa ideia de que ciclovia é coisa de partido político. A construção de estruturas que favoreçam a mobilidade a pé ou de bicicleta tem sido feitas em todas as grandes cidades do mundo, como Paris, Londres, Madrid, Buenos Aires e Cidade do México. Faço esse esclarecimento para tirar qualquer tipo de preconceito. Acho também que precisamos entender a importância para as futuras gerações de incentivar o uso das bicicletas, que está ligado diretamente a qualidade do ar, a qualidade de vida e ao deslocamento mais barato e democrático para todos ”, ressaltou o secretário.

Em seguida Avelleda abriu espaço para a exposição da CET, afirmando antes “que era uma proposta e não uma ideia definitiva” e que também não pode simplesmente sair apagando diversas ciclovias que custaram dinheiro público para serem pintadas.  De forma bastante técnica, com imagens e dados projetados em um telão, foram analisadas as faixas para bicicletas já existente na região e suas respectivas qualidades e defeitos. Entre os erros, foi ressaltada a implantação em vias residenciais de pouca movimentação que acabam não atraindo o ciclista. Também foram apontadas diversas falhas de conexão entre trechos de ciclovias – algumas vias anunciadas pela gestão passada não chegaram a receber a pintura. Foi nesse ponto que a CET destacou a possibilidade de criação de uma ciclovia em toda a extensão da avenida Zelina, incluindo os pontos em declive. Foi garantido que a via não perderia vagas de estacionamento em ambos os lados nos pontos de comércio mais intenso, porque a ciclovia seria implantada entre a calçada e as vagas para veículos. Há possibilidade dessa ciclovia ser transferida para a rua José dos Reis.

Também existe proposta de ciclovia para a rua Pacheco e Chaves e o viaduto, promovendo a conexão com o Ipiranga. Na região, foram citadas ainda as ruas Coelho Neto, Tomaz Izzo, Pindamonhangaba e Amparo, entre outras, para receberem faixas para ciclistas servindo de ligação com outras ciclovias já existentes, como a da avenida Dr. Francisco Mesquita que leva para as estações Tamanduateí de trem e metrô.

O secretário explicou que ainda está em estudo quais pontos podem ser transformados em ciclorrotas – adotadas quando a via não tem tráfego intenso e portanto não necessita da faixa exclusiva delimitada, recebendo apenas uma sinalização de alerta aos motoristas. A CET também informou que pretende adotar nas novas ciclovias apenas uma faixa em vermelho e não a pintura total da faixa como fez a gestão passada, porque facilita a manutenção e economiza tinta.

Quando o microfone foi aberto ao público houve polêmica entre os não usuários de bicicleta e os ciclistas.  A maioria das queixas sobre as ciclovias foram de que passados três anos da implantação, continuam vazias e em alguns trechos, atrapalhando bastante a vida de moradores e comerciantes, principalmente porque suprimiu várias vagas de estacionamento. Os ciclistas por sua vez rebateram que a segurança para pedalar é mais importante que vagas para carros.

Demetrio Dimitrov, da Associação de Moradores e Comerciantes de Vila Zelina (Amoviza), afirmou que a proposta da CET “troca seis por meia dúzia” e pode prejudicar muito o bairro caso leve adiante a ideia de ciclovia na Avenida Zelina. O integrante do Rotary Club Vila Alpina, Evaldo Forli, questionou o secretário se existe monitoramento das ciclovias na região. “Moro e trabalho na rua Professor Gustavo Pires de Andrade e garanto que não tem movimentação de ciclista no local, posso provar com as imagens das câmeras de segurança”, disse. Geraldo Martins Garcia, que tem empresa no Jardim Independência, onde também há ciclovias, afirmou que ficou surpreso com a proposta da CET. “Não vimos a remoção de nenhuma e a ideia é colocar mais. Parece que estão remendando algo que já está muito estragado”, disse.

O morador da Vila Zelina há 43 anos, Leandro Bazito, defendeu as ciclovias que utiliza diariamente para ir e voltar ao trabalho e pediu mais tolerância. “Vou de bicicleta fazer compras no supermercado Yamauchi do bairro, onde inclusive deixam eu colocar a minha bicicleta. Uma sugestão é que os lojistas instalem paraciclos em frente aos seus comércios e certamente, receberão ciclistas compradores assim como estão preocupados em não perder a clientela que vai de carro”, argumentou.

O secretário também foi cobrado que ao contrário de outras localidades da cidade, onde há empréstimo ou locações de bikes, a Vila Prudente ainda não conta com esse serviço que poderia contribuir para aumentar o número de pessoas em bicicletas.

Diante da repercussão, o secretário Avelleda garantiu que nada será implantado antes de muita discussão e se comprometeu a fazer nova audiência nas próximas semanas. Também afirmou que podem ser agendadas reuniões por setores para avaliar melhor as necessidades locais. (Kátia Leite)

Reunião no Círculo de Trabalhadores contou com grande presença de público
Confira as vencedoras de concurso de fotografia

Foram definidos nesta semana, os três vencedores da quarta edição do concurso de fotografia “A Vila Prudente Que eu Amo”, que neste ano aceitou apenas imagens em preto e branco. A comissão julgadora foi formada por representantes do Rotary Vila Alpina, da Folha, do Central Plaza Shopping, do Círculo de Trabalhadores de Vila Prudente e da Prefeitura Regional, que promovem o concurso.

Das 371 imagens enviadas ao concurso, foram selecionadas 265 fotos que atendiam os requisitos estabelecidos pelo regulamento, principalmente em relação ao tamanho e resolução mínimos para ampliação, sem perder a qualidade. Cada julgador avaliou as fotos atribuindo notas entre 1 e 5 e a soma da pontuação resultou nas vencedoras.

Além das três fotos mais bem colocadas, cujos autores serão premiados, foram selecionadas mais 21 imagens para integrarem a exposição que acontece em outubro no Central Plaza Shopping. Na ocasião também haverá a entrega dos prêmios aos três vencedores e das menções honrosas para os demais.

O primeiro colocado, Denauer Sampel Gonçalves, vai receber vale-compra a ser gasto nas lojas do Central Plaza Shopping no valor de R$ 2 mil. A segunda, Daniela Lopes do Carmo, e a terceira, Fabiana Keitti Moraes, também vão ganhar vales-compra no valor de R$ 1.500 e R$ 1 mil, respectivamente.

Os demais participantes que terão as fotos expostas são: André Kuchar, Caio Gutierrez de Oliveira, Daniel Bocchi, David Marcio Soares Martins, Douglas de Araujo Silva, Edmilson Sanches, Ieva Martinaitis Ferreira, Joilton Elias dos Santos, Jonas Fernandes Marinho, Marcelo Enrico Franceschini, Marcelo Segecs, Nayara Marcelle Sousa Melo, Paula Ribeiro da Silva, Pedro Henrique de Oliveira Grassi, Renata Rodrigues Souza, Renê Martim, Ricardo Sala, Rodolfo Vicari Justamand, Rogério Trentin Filho, Thamyres Pereira Juliano e Vera Fedschenko.

Veja abaixo as três fotos vencedoras:

1ª colocada – Foto de Denauer Sampel Gonçalves mostra o fluxo da avenida Dr. Francisco Mesquita sentido estação Tamanduateí, feita do alto de um prédio da rua Ibitirama

 

2ª colocada – Foto de Daniela Lopes do Carmo destaca a Praça do Centenário onde fica a Biblioteca Pública Ricardo Ramos

 

3ª colocada – Foto de Fabiana Keitti Moraes destaca a parte interna da favela Ilha das Cobras, na avenida Anhaia Mello