Manutenção do complexo da Taquari não será feita por universidade

Diferente do que foi anunciado pelo prefeito João Doria (PSDB) no último dia 5 e que fez a comunidade acreditar que o complexo municipal da rua Taquari finalmente receberia melhorias, a parceria entre a Prefeitura e a Universidade São Judas Tadeu será concentrada em projetos educacionais ao invés da manutenção do espaço, que apesar de abrigar equipamentos importantes, inclusive a própria sede da Prefeitura Regional da Mooca, está em precária situação.

A reportagem da Folha conversou com exclusividade com o coordenador do Centro de Extensão da Universidade, o professor Edson Martins, que explicou que a instituição de ensino não será a responsável pela conservação do complexo. Deixou claro que a atribuição continuará a cargo da Prefeitura.

“A expertise da universidade é acadêmica. Não temos a intenção de gerir um parque, mas sim criarmos atividades educacionais que possam beneficiar nossos alunos e a comunidade, devido a nossa forte identidade com a Mooca. A área municipal continuará sendo administrada pela Prefeitura e não será a instituição de ensino que fará a zeladoria. Mas, para colaborarmos, poderemos ceder alguns funcionários para auxiliar na limpeza do espaço eventualmente”, explicou o professor que participou das últimas reuniões entre o prefeito e representantes do grupo Ânima – proprietário da universidade desde 2014. “Quero deixar claro que não faremos nenhuma intervenção urbanística ou de engenharia. O que faremos são atividades esportivas, de lazer e educacionais”, completou o professor explicando que os projetos a serem desenvolvidos ainda estão em fase de estudo.

Sobre a afirmação do prefeito de que um Centro Temporário de Acolhimento (CTA) para moradores em situação de rua seria construído na unidade, o professor afirmou que não há nada acertado neste sentido. “O que faremos é o oferecimento de suporte jurídico, ações de saúde e alfabetização para os moradores em situação de rua que forem utilizar o Centro de Acolhimento que será implantado pela Prefeitura na rua da Mooca”, finalizou.

Comunidade faz mutirão no Clube Escola Vila Alpina

Um grupo de moradores da região e frequentadores do Clube Escola Vila Alpina, organizados pela Associação Desportiva dos Corredores de Rua de São Paulo (ADCRESP), promoveram um mutirão de limpeza na unidade esportiva no último sábado, dia 8.

Segundo o presidente da Associação, Wesley Vasconcelos, a ação popular começou por volta das 8h com a limpeza da quadra poliesportiva, dos vestiários, capinação do campo e entorno e limpeza da área do estacionamento.

Com o espaço mais limpo, algumas atividades já começaram a acontecer no local. Aulas de futebol para crianças no ginásio e de ginástica e corrida na pista em volta do campo já foram ministradas ao longo desta semana por integrantes da Associação. Segundo o presidente da ADCRESP, a intenção é levar a comunidade novamente para o Clube Escola.

Conflito

De acordo com os organizadores, pouco antes da finalização do mutirão houve um incidente envolvendo o prefeito regional de Vila Prudente, Jorge Farid. “Por volta das 17h o prefeito local entrou no parque com o intuito de tirar algumas fotos para posterior postagem em redes sociais, tomando para si o sucesso da ação, mas um dos voluntários foi questioná-lo pedindo que não fizesse fotografias. O prefeito sentiu-se desacatado e acionou a Polícia Militar. Ele exigia a prisão do voluntário, mas conseguimos amenizar a situação com o pedido de desculpas da pessoa acusada injustamente”, comenta Vasconcelos.

A Folha pediu por e-mail um posicionamento do prefeito regional, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.