Prefeitura não dá conta de veículos abandonados

Não faltam denúncias de veículos largados em vias públicas gerando uma série de problemas e incômodos às vizinhanças. Em geral, esses automóveis abandonados tornam-se focos de sujeira, vandalismo, insegurança e de riscos à saúde. Como o Código Brasileiro de Trânsito não se posiciona quanto a este tipo de infração, cabe às subprefeituras a fiscalização e a remoção desses carros que acabam se enquadrando na lei de lixo ou entulho. No entanto, a Prefeitura não dá conta de recolher, tanto pela falta de equipes, como de pátios para depósito.

Os veículos são considerados abandonados após permanecerem cinco dias no mesmo local. Na região, um desses casos acontece na rua Margarida Stach, esquina com a Solidônio Leite, Vila Ema. No local há uma Van em estado precário deixada há mais de um ano. Segundo a vizinhança, o veículo acumula água e pode servir de foco para o mosquito transmissor da Dengue, além da sujeira. “Outro problema é a possibilidade de pessoas mal intencionadas se esconderem atrás desta Van e atacarem as pessoas que passam pelo trecho”, afirmou o jornalista e morador das proximidades, Denilson Perozzo.

Outro carro está abandonado há meses na rua Doutor Antonio Macedo de Lima, altura do número 295, Vila Zelina. De acordo com a vizinhança, reclamações já foram registradas na Prefeitura, mas nenhuma providência foi tomada. “Estamos cansados de pagar impostos e não temos respaldo da Prefeitura. Já registramos algumas pelo telefone 156, mas não apareceram por aqui”, afirma o morador da via Rodrigo Aguiar.

Mais um veículo que também tem incomodado os moradores do entorno e a Prefeitura ainda não tomou providências está parado na rua São Maximiano, 227, Santa Clara. “O proprietário ou responsável pelo carro o colidiu neste trecho há cerca de cinco meses e o deixou onde parou. Já acionamos a Subprefeitura Mooca algumas vezes, mas nenhum agente apareceu. Esse descaso é revoltante. Enquanto isso, o veículo tem acumulado sujeira e atrapalhado os moradores”, contou uma moradora que prefere não divulgar o nome.

Outros locais onde o problema ocorre são: rua Siqueira Bueno, 2539, Mooca; Praça Professor Osório de Almeida, Mooca; rua do Orfanato sobre a avenida Salim Farah Maluf; entre outros.

Conforme consta no site da Prefeitura, abandonar veículo na rua é o mesmo que despejar entulho ou lixo irregularmente, o que pode gerar multa de R$ 14 mil em nome do proprietário do automóvel. No caso de apreensão o proprietário é notificado e tem 30 dias para reaver o veículo, necessitando pagar os preços públicos de remoção, que variam de R$ 390,10 (veículos leves) a R$ 876,30 (veículos pesados, exceto ônibus), além de R$ 8 para cada dia em que o automóvel permanecer no depósito.

A Subprefeitura de Vila Prudente informou que os veículos citados na matéria estão na rota de vistoria dos agentes responsáveis e ressaltou que ações fiscais têm sido realizadas com constância, mas a capacidade de armazenamento dos carros apreendidos no pátio próprio está saturada, com aproximadamente 100 automóveis e carcaças. O órgão acrescentou ainda que recolhe, em média, dois veículos mensalmente, conforme o ritmo de liberação de vagas no pátio, o que acontece após demorado processo de leilão.

A Subprefeitura Mooca esclareceu que fará vistoria nos locais citados e que neste ano removeu 986 veículos dos distritos sob sua responsabilidade.

CET refaz alteração viária na rua dos Trilhos

Em fevereiro de 2014, sem nenhuma consulta à comunidade, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mudou a direção do trânsito na rua dos Trilhos, entre a praça dos Industriários até a rua Bresser, na Mooca. No trecho, a via contava com circulação em mão-dupla e passou a ter sentido único para o bairro, acabando com o acesso à rua Bresser. Desde a alteração houve muitas criticas de motoristas e moradores da região, que reclamavam do aumento no trânsito local. O problema foi abordado em matéria da Folha e quando questionada, a CET alegava que “com o tempo” os condutores se acostumariam com a alteração e seriam beneficiados com o alívio nos congestionamentos que se formavam. Mas, dois anos e meio depois, a CET voltou atrás e desde o último sábado, dia 10, o trecho conta novamente com mão dupla de direção.

A nova sinalização na via começou a ser implantada na semana passada e a repercussão na comunidade foi positiva. “Finalmente consertaram a lambança que fizeram e retornaram para mão dupla a direção da rua dos Trilhos. Assim os moradores da região terão mais facilidade e opções para acessarem a rua Bresser e a avenida Radial Leste”, comentou o morador da rua Marcial, Joaquim Osório.

Quem também ficou satisfeito com o retorno do traçado original foi o comerciante Alberto Cavalcanti. “Nunca consegui entender o propósito da alteração que fizeram há dois anos. A CET pegou todos de surpresa na época. Ainda bem que enxergaram o erro e voltaram atrás”, comentou.

Além da melhoria no trânsito, os moradores da região acreditam que as novas intervenções inibirão a realização de bailes funks ao ar livre no trecho da rua Bresser entre a rua dos Trilhos e a rua Taquari, cujo trecho estava inutilizado desde as alterações implantadas em 2014 e servia de bolsão improvisado de estacionamento, além de propiciar o aglomerado de pessoas.

Em resposta à Folha, a CET informou que, com o adensamento populacional na região da Mooca nos últimos anos, foi preciso promover novos ajustes na rua dos Trilhos, como a reprogramação de tempos semafóricos e a reversão de sentido para mão dupla. A reportagem indagou também sobre a verba gasta com a intervenção realizada em 2014 e que foi desfeita agora, mas o órgão não respondeu.

Judoca da Vila Prudente conquista medalha de prata

No segundo dia da Paralimpíadas no Rio de Janeiro, a lutadora de judô Lúcia da Silva Teixeira, de 35 anos, que mora na Vila Prudente e treina no Clube Escola Mooca, conquistou uma medalha de prata para o Brasil. Foi a segunda medalha paralímpica na vida da atleta, que repetiu o feito em Londres em 2012.

Para chegar à decisão, Lúcia, atleta do Centro de Emancipação Social Esportiva para Cegos (CESEC), conquistou uma vitória sobre a chinesa Lijing Wang nas quartas-de-final. Na semifinal, a paulista derrotou a japonesa Junko Hirose. Na decisão final, a brasileira não resistiu a xxx Cherniak, da Ucrânia, e acabou sofrendo o ippon.

A judoca paulistana nasceu com baixa visão por causa de toxoplasmose congênita. Começou a praticar judô aos 15 anos de idade e quatro anos depois passou a treinar em alto rendimento. Além das duas medalhas paralímpicas, a atleta possui outras grandes conquistas em seu currículo como o vice-campeonato no Mundial da Turquia em 2011 e o bronze no Mundial dos Estados Unidos em 2014.

Mais Cesec
Outro brasileiro medalhista foi Antonio Tenório, 45 anos, que também é atleta do CESEC e treina no Clube escola Mooca. No último sábado, dia 10, ele perdeu na final para o sul-coreano Gwanggeun Choi e ficou com a prata.

Jovem é morto em assalto na Vila Prudente

Outro caso de roubo seguido de morte chocou a região nesta semana. Por volta das 23h da última terça-feira, dia 13, um jovem recém-formado em publicidade, de 26 anos, morador da Vila Prudente, foi assassinado no cruzamento das ruas Cavour e Francisco Polito. Ele caminhava quando foi abordado por um homem armado que para levar a mochila, atirou no peito do jovem e fugiu em um carro ainda não identificado que o aguardava com mais uma pessoa. De acordo com a Polícia Civil, a família da vítima pediu para não divulgar seu nome.

Embora policiais civis afirmem que o rapaz caminhava em direção à estação Vila Prudente do metrô, imagens de câmeras de segurança de imóveis da redondeza mostram que a vítima seguia em direção contrária. Segundo a vizinhança, ele retornava para casa. Os últimos minutos de vida do rapaz foram filmados pela câmera de uma residência da rua Itanhaém, onde é possível observar o jovem andando a pé e com a mochila pendurada nas costas antes de acessar a rua Francisco Polito sentido rua Cavour, onde foi abordado pelo criminoso.

Vizinhos escutaram o barulho do disparo e ao saírem na rua, depararam-se com o rapaz caído no chão já inconsciente. A Polícia Militar foi acionada e uma equipe da 4ª Companhia do 21º Batalhão o levou para o pronto socorro do hospital estadual de Vila Alpina, onde faleceu.

Policiais civis informaram que o jovem resistiu à abordagem do criminoso, o que teria resultado no disparo. Questionados sobre como chegaram a essa conclusão, pois na chegada dos pms o rapaz já estava inconsciente e não pôde relatar os fatos, os civis afirmaram que não divulgariam mais informações para não prejudicar a investigação. O caso foi registrado no 56º Distrito Policial – Vila Alpina como latrocínio – roubo seguido de morte.

Segundo os moradores das proximidades onde aconteceu o crime, o local é alvo da bandidagem. “Esta é a terceira pessoa que morre no mesmo local por causa de assalto. Somos obrigados a viver trancados em casa e sempre alertas para não sermos a próxima vítima”, declarou um morador do trecho que não quis divulgar seu nome.

Outro caso
No próximo dia 2 de outubro, o assassinato do economista Thiago de Osti Cardoso Lopes completa dois anos. Aos 28 anos, ele foi morto com um tiro quando chegava com sua mãe em casa, na rua César Cantu, na Vila Prudente. O jovem iria se casar em 2015 e voltava da degustação de doces e salgados para a festa, quando foi abordado por três criminosos no momento em que estacionava o veículo na garagem. Os bandidos fugiram apenas com a chave do carro. Um dos envolvidos foi localizado e detido pela Policia Civil quatro meses depois.

Em março de 2011, a vítima foi o estudante universitário Carlos Eduardo de Souza Garcia, de 24 anos, também baleado no quintal de sua residência na rua Xavier da Rocha, também na Vila Prudente, durante tentativa de roubo de um aparelho MP3. Três dos quatro envolvidos no crime foram detidos cerca de uma semana depois. O autor do disparo era um menor de 16 anos.