No domingo, dia 10, familiares e amigos do estudante de engenharia Thiago Neves, de 25 anos, que morreu atropelado na altura do número 770 da avenida Anhaia Mello na madrugada de 30 de abril, realizaram mais um protesto no local do acidente e em frente ao 56º Distrito Policial – Vila Alpina, onde o caso foi registrado. Com cartazes e faixas eles cobraram mais rigor na apuração da ocorrência, pois entendem que o atropelamento deveria ser classificado como doloso, quando há a intenção de matar. Eles defendem que o motorista assumiu o risco de cometer acidente ao trafegar em velocidade muito superior ao limite máximo da Anhaia Mello, que é de 50 km/h.
Ao contrário do que foi divulgado inicialmente, baseado em testemunhas, o veículo envolvido no acidente não era uma Tucson e sim uma Sportage prata, a qual foi localizada e apreendida somente 23 dias depois do atropelamento. O condutor indiciado tem 27 anos, é morador de Jardim Vergueiro, na zona sul, e responderá pelos crimes de homicídio culposo na direção de veículo automotor (quando não há intenção de matar), omissão de socorro e fuga de local do acidente.
Sobre a classificação de homicídio culposo, o delegado responsável pelo caso, Alexandre Navajas Madio, afirmou à reportagem na ocasião em que localizou o motorista que, embora o condutor estivesse em velocidade bastante superior ao permitido na avenida, entendeu que ele não teve a intenção de atingir o estudante. “O dolo acontece quando o autor prevê o resultado, ou seja, quando tem o conhecimento que cometerá o crime. Nesse caso foi uma atitude bastante imprudente, sem a intenção de cometer o atropelamento”, explicou Madio.
A família de Thiago não concorda com os argumentos do delegado. “Como não é punida uma pessoa que anda com o carro em altíssima velocidade, atropela e mata meu filho, foge sem prestar socorro e aparece na delegacia apenas após a polícia localizá-lo? Meu filho está morto enquanto o motorista está solto e vivendo sua vida”, afirmou a mãe de Thiago, Leia das Neves. “Quando uma pessoa acelera o carro imprudentemente ela está assumindo o risco de causar um acidente. Isso deve ser classificado como dolo, quando há a intenção, mas não é o que aconteceu. Enquanto a Justiça não for mais dura e punir os autores destes crimes outras vidas continuarão sendo perdidas. Tenho certeza que isso não foi um acidente e sim um assassinato!”, afirmou a mãe bastante emocionada.