Levantamento da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente aponta que remanescentes da Mata Atlântica cobrem cerca de 30% de todo o território da cidade de São Paulo. A maior parte está nas zonas periféricas do município, mas um trecho dessa vegetação nativa está na área de 16.804 m² entre a avenida Vila Ema e as ruas Batuns, Manoel Vieira Pinto e Travessa São Frederico. Por essa razão, o terreno na Vila Ema consta no novo mapa do Plano Municipal de Mata Atlântica (PMMA) anunciado pela Prefeitura no último dia 30, após mais de um ano e meio de trabalho de equipe especializada da Secretaria e de pesquisadores parceiros do município que mapearam mais de quatro mil fragmentos de vegetação.
Segundo a Prefeitura, o novo mapa é o primeiro passo para a consolidação do Plano Municipal da Mata Atlântica e vai ajudar na definição de áreas prioritárias para conservação e recuperação desse bioma. A próxima etapa do projeto será a definição de áreas estratégicas e, em seguida, será elaborado um Plano de Ação que será submetido à consulta pública e à aprovação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (CADES).
No passado, o terreno na Vila Ema foi uma chácara de imigrantes alemães. Hoje, o espaço é particular e está projetado para receber um empreendimento imobiliário, mas há cerca de seis anos o Movimento Viva o Parque Vila Ema vem conseguindo barrar construções no local e busca maneiras legais de preservá-lo definitivamente.
Através da mobilização do Movimento, a área chegou a ser decretada de utilidade pública para fins de parque na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), mas, apesar da promessa em campanha do atual prefeito Fernando Haddad (PT) de atender o desejo da comunidade, o decreto expirou antes da Prefeitura conseguir comprar o terreno.
Em entrevista à Folha, o diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, afirmou que a inclusão da área no mapa do PMMA ajuda na luta pelo parque, mas não é uma garantia. Para ele, somente a mobilização popular conseguirá de fato proteger o espaço verde. “Quando passamos as diretrizes para elaboração do mapa, conseguimos deixar o PMMA fora da Câmara Municipal, pois sabemos da pressão que as construtoras exercem sobre os vereadores. Quem vai avaliar é o CADES e isso já foi uma vitória. Mas, a população tem que se conscientizar que, sem mobilização, não vai acontecer”, destaca Mantovani.
Em busca do diálogo
A Folha também ouviu a Oregan Investimentos Imobiliários, empresa do grupo Tecnisa proprietária do terreno na Vila Ema, que esclareceu que protocolou projeto de construção para empreendimento residencial, atualmente em análise pela Prefeitura. Por esse motivo, informou que não tem como dar detalhes do projeto, pois a quantidade de torres e apartamentos previstos pode sofrer alterações. O mesmo, segundo a empresa, vale para as eventuais supressões de espécimes arbóreas e respectivas compensações ambientais.
A Secretaria do Verde e Meio Ambiente, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que se propõe a negociar com a empresa proprietária a melhor alternativa para a questão: doação da área, desapropriação ou manutenção pela própria empresa, através do sistema de fruição pública. A Secretaria ressaltou ainda que na última vistoria realizada em 2013 foram catalogadas 477 espécies nativas e voltou a enfatizar a importância da vegetação expressiva do local.
Que ótimo que tudo está caminhando para ser um parque, a Vila Ema merece, é um bairro carente em áreas verdes…
A batalha está sendo dura, mas vamos conseguir
Ja estava mais do que na hora. do ladinho de casa. agora ja tenho onde ir passear com minha cachorra rsrsrs… so aguardar
com o monotrilho a paisagem ficou com mais concreto ainda e impermeabilizou mais a regiao tem que ter o parque o mais rapido possivel
Muito bom…vamos não adianta fazer um parque para ser mais um local para hábitos ruins, tem que haver uma política de manutenção para que o espaço não sofra com muitos outros pela cidade.
Concordo com o Marcelo!!! E a manutenção tem que começar desde já pela prefeitura, já que a área não pertence mais a Construtora… Pois essa imagem que foi colocada é bem antiga e o terreno encontra-se em más condições… Os galhos das árvores invadem a calçada da Avenida Vila Ema e o portão com acesso a Rua Batuns sai até ratos dali… Esse terreno esta abandonado!