Moradores da Mooca e Parque da Mooca participaram na noite da terça-feira, dia 24, no auditório do SENAI Theobaldo de Nigris, da audiência pública para discutir o Projeto de Lei, de autoria do Executivo, que propõe a Operação Urbana Bairros do Tamanduateí. O evento foi promovido pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal, onde a proposta está em análise e deve seguir para votação em plenário.
Durante a apresentação, foi confirmado que – apesar da carência de áreas verdes na Mooca e das solicitações feitas em todas as audiências anteriores ocorridas na região – apenas 37.800 m² do terreno de quase 100 mil m² entre as ruas Dianópolis e Barão de Monte Santo serão transformados em parque público. A comunidade batalhava pelo espaço integral destinado ao verde.
Segundo a proposta da Prefeitura, a área que, no passado serviu como depósito de combustíveis da Esso, receberá uma faixa verde, chamada de Parque Dianópolis, que além de servir para recreação da comunidade, terá importante papel na contenção das águas da chuva. Na outra parte do terreno será aberta uma rua e o restante será destino para empreendimentos imobiliários.
Também foi exposta a proposta de criar incentivos ao desenvolvimento econômico através de um polo de economia criativa e pela preservação de patrimônio histórico e cultural. No entorno da estação Mooca da CPTM, na avenida Borges Figueiredo, dois espaços serão tombados pelo patrimônio e restaurados com esse propósito, explicou o diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani. “Polo de startups, aceleradoras de empresas e tudo aquilo que está vinculada à economia criativa. De software, de cinema, de áudio e vídeo, de moda, arquitetura e designer. Tudo que se relaciona com a pauta da universidade da região e a pauta deste processo que está migrando. Acreditamos que a Mooca pode ser o receptor de todo esta indústria. Nada melhor do que espaços que abrigaram a antiga indústria, a antiga rede ferroviária, o antigo processo de trabalho da cidade, receber novos processos”, afirmou Partezani.
Para a jornalista Elisabeth Florido, a proposta pode ser revista com relação aos investimentos na requalificação dos bens culturais do bairro. “Esses 4% dos investimentos destinados à restauração, preservação e requalificação dos bens culturais, consideramos que seja muito pouco. Acredito que esta porcentagem não seja só para a Mooca, mas para o Ipiranga também, que tem recorte histórico e faz parte do projeto. Não acreditamos que seja possível realizar essas intervenções qualificadas, que custam muito caro, com apenas esta quantia”, ressaltou.
O relator do projeto, vereador Dalton Silvano (DEM), ressaltou as ações que pretende manter no projeto, como a criação do Parque Dianópolis. “Será uma grande conquista para o bairro da Mooca, um parque que teremos quase até a Favela da Vila Prudente. Outra intervenção que pretendemos fazer, na verdade é uma correção no texto, para que essa área seja destina a ZEIS 2 (Zona Especial de Interesse Social) para mantermos a comunidade lá”, disse.
O presidente da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente, vereador Gilson Barreto (PSDB), alertou que os vereadores devem analisar os casos de desapropriações. “Estamos muito atentos à questão das desapropriações. Nós ficaremos atentos para chegarmos a um bom termo, verificando um dos principais objetivos que é a preservação do meio ambiente”, afirmou.