Em meio a apresentações musicais, exibição de vídeos e depoimentos da época da ditadura militar, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa realizou na segunda-feira, dia 11, sessão solene para a entrega do Prêmio Santo Dias. O ex-deputado Adriano Diogo foi um dos homenageados. Também receberam o prêmio o diretor e ator Wagner Moura, o Padre Paolo Parise, da Igreja Nossa Senhora da Paz do Glicério, e o fotógrafo e cineasta Alyson Montrezol.
Criado em 1996, o prêmio é uma das mais importantes honrarias brasileiras que reconhece o trabalho de pessoas, entidades e ações da sociedade civil que lutam pela defesa dos direitos humanos. Leva o nome do operário metalúrgico Santo Dias da Silva assassinado por um policial militar em 1979 durante uma greve na zona sul da cidade.
“Num momento tão difícil como o atual faz muito sentido entregar esse prêmio e homenagear o Adriano, não pelos cargos que ocupou, mas pela sua incansável luta contra a ditadura e contra a repressão”, afirmou o deputado João Paulo Rillo que junto com a deputada Márcia Lia indicaram o seu nome. “Sei da falta que o Adriano faz na Assembléia pelo fabuloso trabalho na Comissão Estadual de Direitos Humanos. E até mesmo na Câmara em Brasília na trincheira da defesa da democracia que está sendo ameaçada”, acrescentou.
Geólogo formado pela USP, Adriano Diogo nasceu na Mooca. Desempenhou papel importante no movimento estudantil paulista durante a ditadura militar na década de 70. Foi eleito quatro vezes vereador. Assumiu a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente em 2003, onde batalhou pela criação de sete parques e mais de 30 praças nos locais mais carentes de áreas verdes. Foi deputado estadual e presidente da Comissão Estadual da Verdade “Rubens de Paiva” da Assembléia. Um dos trabalhos mais relevantes foi a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou as violências praticadas nos campus universitários durante os trotes.