Prefeitura inicia construção do CEU Vila Prudente, mas ignora usuários do Clube Esportivo onde ocorrem as obras

Previstas para começarem entre março e abril, as obras de construção do Território CEU Vila Prudente foram iniciadas na última segunda-feira, dia 14, nas dependências do Clube Escola Vila Alpina – o antigo CEE Arthur Friedenreich. A presença do prefeito Fernando Haddad (PT) era aguardada nesta semana, mas a visita foi adiada para o final do mês.

As primeiras dependências destruídas para a implantação do equipamento foram as quadras poliesportivas descobertas. Está previsto para a próxima semana o início dos trabalhos nos campos de gatebol (leia mais abaixo). Além do Vila Prudente, outros sete CEUs começaram a ser erguidos na cidade nesta semana. O investimento será de cerca de R$ 319,7 milhões e a expectativa da Prefeitura é que sejam entregues em, no máximo, 12 meses.

O Território CEU Vila Prudente está projetado para funcionar em um prédio vertical de 10 mil m² composto por cinco pavimentos equipados com laboratórios, salas de aula, artes, música, cultura digital, estúdio de gravação, biblioteca, teatro, piscina semiolímpica coberta e aquecida e quadra poliesportiva. A proposta da unidade visa ainda integrar o novo equipamento aos já existentes no entorno, como escolas, espaços culturais, esportivos, entre outros. No projeto consta ainda que todas as novas unidades contarão com um Centro Municipal de Educação Infantil Integrado (CEMEI), para atender mais de 500 alunos de 0 a 6 anos.

Usuários prejudicados com o início das obras

Apesar do atraso de meses para o início da construção do Território CEU Vila Prudente, a Prefeitura não decidiu o destino de equipamentos que funcionam no Clube Escola. Os usuários do Centro de Convivência e Cooperativa (CECCO) Vila Prudente, que funciona há mais de 10 anos no local, estão sem saber onde será o novo local de atendimento. “Até agora ninguém nos posicionou sobre a destinação do CECCO. Vai acabar o serviço? Seremos transferidos?” indaga o aposentado Nelson Irineu Golla.

Quem também está desorientado é o grupo de japoneses e descendentes que utilizam os campos de gatebol. “Estamos neste local há mais de 40 anos. Fomos nós que construímos os campos e um engenheiro da obra já nos comunicou que na próxima semana o trator começará a destruí-los”, conta um dos líderes do grupo Kazuo Chibana. “Há alguns meses nos reunimos com representantes da Prefeitura e garantiram que sairíamos daqui somente quando outro espaço fosse disponibilizado, mas ninguém nos procurou mais”, completa Chibana.

Frequentadores das quadras que já foram destruídas também reclamam da falta de planejamento da Prefeitura. As novas quadras serão implantadas entre o campo de futebol e as piscinas, mas os usuários defendem que elas já deveriam ter sido construídas antes da destruição das antigas ou que o ginásio poliesportivo seja disponibilizado nesse período de obras.

A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, responsável pelo projeto, que se restringiu a afirmar que a responsabilidade em disponibilizar outros equipamentos durante o período das obras é da Secretaria Municipal de Esportes.

A Secretaria Municipal de Esportes alegou que, durante as obras, os usuários podem praticar suas atividades em outros equipamentos esportivos municipais. Sobre o ginásio, o órgão esclareceu que o mesmo está ocupado em todos os horários por equipes que pagam preço público de acordo com regulamento. Em relação ao gatebol, a Secretaria de Esportes – demonstrando desconhecimento da situação – se limitou a informar que “os usuários devem procurar a unidade mais próxima”. Também não foi esclarecido como ficará o atendimento do CECCO.