Em menos de um ano, mais precisamente em 5 de agosto de 2016, o Brasil vai sediar os Jogos Olímpicos. A grande festa esportiva mundial será no Rio de Janeiro, primeira vez que este evento será realizado na América do Sul. Na ocasião, a capital carioca receberá cerca de 10 mil atletas do mundo todo, representando um total de 206 países. Milhares de turistas. Vou direto ao ponto: O Brasil está preparado para um ataque terrorista?
Não. No momento, sequer dispomos de uma lei que tipifique o terrorismo. A proposta que existe está em tramitação, perdida em meio a uma crise político-econômica que gera outros tipos de terrorismo: o esvaziamento do bolso dos brasileiros, o sumiço do emprego e a falta de perspectiva de um futuro melhor no curto prazo.
Recentemente, a presidente da República reconheceu que o Brasil não está completamente protegido. Convenhamos, nem a França demonstrou estar. Ocorre que, hoje, tamanha é a divisão em células do Estado Islâmico que fica difícil prever quando e onde será o próximo ataque. Certo, apenas, é que ele virá. Assim garantiram seus integrantes. Sabe-se, também, que grandes eventos e multidões são um enorme atrativo.
Mas o que todos estes terroristas têm em comum? Muitos são jovens, oriundos, sobretudo de países desenvolvidos com algum nível de escolaridade e uma profunda sensação de não pertencer a lugar algum. Estão em busca de encontrar no Estado Islâmico aquilo não têm dentro de casa: um referencial.
Por conta disso, temos três milhões de vítimas da violência perambulando pela Europa hoje. Gente como eu e você, só que fugindo destes terroristas porque sabem que se topar com eles vão morrer. São empurrados de fronteira em fronteira porque nenhum país – seja por razões econômicas ou étnico-culturais – quer, de verdade, acolhê-los. O medo do terror espanta a solidariedade e faz aflorar no ser humano o desejo de, apenas, sobreviver. No fundo, estamos todos em risco, só não sabemos quando e onde.
* Masataka Ota é vereador pelo Pros.