A Câmara Municipal voltou ao ritmo normal de trabalho nesta semana, após o recesso de julho, com uma pauta bombástica de projetos para este segundo semestre. A começar pela polêmica dos taxistas contra o aplicativo Uber, passando pela discussão da Lei de Zoneamento e de operações urbanas que, na prática, vão descaracterizar ainda mais a cidade.
Os vereadores, a quase um ano da eleição de 2 de outubro de 2016, estão sob a mira do eleitor paulistano, que aumenta o tom crítico e as cobranças. Uma medida controversa – que motivou protestos nas redes e também na frente da Câmara, por exemplo – foi a criação de 660 novos cargos para assessores dos 55 gabinetes.
A base do prefeito Haddad será bastante testada nos próximos meses. Quanto mais se aproxima a eleição, pior para os vereadores que vão tentar se reeleger atrelados ao governo petista, que despenca nos índices de aprovação e parece distante de qualquer possibilidade de recuperação.
Não há nenhuma área da administração que tenha desempenho satisfatório. É cada vez menor o percentual de paulistanos que enxergam algo positivo na atuação de Haddad, que descumpre seu plano de metas e tem aquele “toque de Midas” ao contrário: onde ele põe a mão, o serviço deteriora.
As notícias negativas se sucedem: uma das últimas e mais assombrosas foi a do shopping de luxo que está para ser aprovado pela gestão Haddad em uma “ilha” da Marginal Pinheiros, afetando ainda mais o trânsito e as raríssimas áreas verdes e permeáveis da região. Um horror!
Nem precisamos ir muito longe. Já criticamos aqui mesmo nesta Folha a Operação Urbana Mooca/Vila Carioca, que ganha agora um nome mais pomposo (“Bairros do Tamanduateí”), mas não passa de propaganda enganosa.
O projeto chega à Câmara com o objetivo declarado de “promover o desenvolvimento do perímetro que abrange os bairros da Mooca, Cambuci, Ipiranga, Vila Zelina, Vila Prudente e Vila Carioca”. Pura balela!
Haddad alega não ter recursos para desapropriar as áreas destinadas aos prometidos (e necessários) parques na Mooca e na Vila Ema, ao mesmo tempo em que, na apresentação da Operação Urbana, promete adquirir terrenos disponíveis para uma infinidade de equipamentos sociais, moradias populares e “novos parques” na região. Pura enganação! Faltou contar que os terrenos já estão nas mãos das construtoras!
Ninguém aguenta mais tanta “ruinddad” em São Paulo! Falta escola, creche, remédio, hospital. Falta inteligência, competência, democracia, transparência, responsabilidade! Faltam parques e áreas verdes! Sobram faixas vermelhas desbotadas no asfalto (para fingir que atendem a necessidade de ciclovias e ciclofaixas, mas jamais com estas “ciclofarsas” do Haddad).
Alô, vereadores! Vocês vão ser cúmplices dessa gestão desastrosa até quando?
* Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS e apresentador do #ProgramaDiferente (www.programadiferente.com).