Os dois grandes terrenos localizados na esquina da rua Forte de São Bartolomeu com a avenida Doutor Francisco Mesquita, na Vila Prudente, continuam tomados por famílias de sem-tetos ligados ao Movimento de Defesa dos Favelados (MDF), que tem sede na Vila Alpina. As áreas foram ocupadas em agosto deste ano e a estimativa dos líderes do movimento é de que 1.500 famílias estejam vivendo no local, que totaliza cerca de cinco mil pessoas.
Em pouco mais de três meses de ocupação é possível observar centenas de barracos de madeira erguidos na área e a quantidade aumenta a cada dia. Já existe até comércios instalados nos terrenos.
Um dos espaços invadidos pertence à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O outro, de propriedade do Grupo Matarazzo, faz divisa com São Caetano do Sul e é o principal alvo das famílias. A situação mais preocupante é que o terreno está sob suspeita de contaminação, de acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB).
Segundo o órgão, o terreno do Grupo Matarazzo está inserido em uma região onde há diversos pontos de contaminação e, por isso, se enquadra na condição de suspeito de ter o solo contagiado. Foi ressaltado que a área ainda não foi objeto de avaliações, no entanto, a CETESB irá buscar os responsáveis legais para exigir estudos investigatórios quanto à possibilidade de contaminação.
Há cerca de três meses, quando a Folha publicou matéria denunciando o início da invasão, a Secretaria Municipal de Habitação foi procurada pela reportagem e o órgão informou que, para uma possível desocupação, um entendimento deveria ocorrer entre os responsáveis pelas áreas e a Justiça. Foi ressaltado que a ocupação não priorizava o atendimento habitacional, que respeita o cadastro do município que já chega a aproximadamente 130 mil famílias.