Na manhã do sábado, dia 25, o catolicismo brasileiro viveu um momento histórico. Na Catedral Metropolitana de São Paulo ocorreu a beatificação de Madre Assunta Marchetti, religiosa scalabriniana que chegou ao Brasil aos 24 anos e por longo tempo dirigiu o antigo Orfanato Cristóvão Colombo em Vila Prudente. Em sua homenagem, hoje o orfanato se chama Associação Educadora e Beneficente Casa Madre Assunta Marchetti e desde 1991, seus restos mortais estão depositados em uma capela no local.
A cerimônia na Catedral contou com cerca de cinco mil pessoas e foi presidida pelo arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer. Contou ainda com a presença do prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, enviado pelo Papa Francisco para presidir os ritos de beatificação da religiosa. Ele foi responsável pela leitura da Carta Apostólica do papa que proclama a beatificação. Também concelebraram a missa os bispos auxiliares da Arquidiocese de São Paulo, bispos e arcebispos de várias partes do Brasil, além do arcebispo de Lucca, na Itália, dom Ítalo Castellani, representando a região de Lombrici de Camaiore, onde a beata nasceu. Em frente à Catedral, na praça da Sé, foram instalados telões e disponibilizadas fileiras de cadeiras para os peregrinos de várias partes do mundo acompanharem a celebração.
O rito da beatificação foi concluído com a procissão da relíquia da beata Assunta, trazida pela superiora geral das Missionárias Scalabrianas, Irmã Neusa de Fátima Mariano, acompanhada de crianças com flores. Madre Assunta foi cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, as Scalabrinianas (leia mais na página 8).
Na homilia, dom Odilo destacou que era o reconhecimento da Igreja à uma cristã extraordinária. “A bem-aventurada Assunta foi uma mulher muito forte e empreendedora. Como jovem, nada lhe faltava para ter uma boa posição na sua comunidade local, na Itália. No entanto, motivada por sua fé em Deus e pelo amor ao próximo, ela abandonou tudo, inclusive sua pátria e as seguranças que tinha, para seguir a vocação religiosa e missionária, dedicando a vida aos migrantes, sobretudo pobres e doentes, aos órfãos e desamparados”, contou o arcebispo.
Milagre reconhecido ocorreu em Porto Alegre
No dia 9 de outubro de 2013 foi reconhecido pelo Papa Francisco o milagre atribuído à madre Assunta Marchetti, o que autorizou à Congregação das Causas dos Santos a promulgar o Decreto referente ao milagre acontecido em 1994, no hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Heráclides Teixeira Filho foi diagnosticado com morte cerebral, depois de uma parada cardíaca. Após sua esposa e uma religiosa terem invocado a intercessão da madre, retomou os sentidos sem nenhuma sequela de suas funções vitais e intelectuais.