No final de 2009, com o início das obras da Linha 15 – Prata do monotrilho, a avenida Anhaia Mello teve as pistas da esquerda, nos dois sentidos, interditadas para a realização dos trabalhos no canteiro central entre as estações Vila Prudente e Oratório. Com os vários atrasos na entrega do primeiro trecho do transporte e a demora para o início dos serviços de paisagismo e construção da ciclovia sob os pilares do monotrilho, as interdições somaram quatro anos e meio. Enquanto isso a via ficou afunilada e o trânsito aumentava cada dia mais. Finalmente, no mês passado, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô, que desde 2013 já não utilizava o canteiro central, começou a liberar as faixas da esquerda da avenida, que também recebeu serviço de recapeamento após cinco anos de abandono.
A ação foi comemorada por alguns motoristas que utilizam a Anhaia Mello. “Até que enfim tiraram aqueles tapumes horríveis, que viviam caindo e atrapalhavam ainda mais o trânsito. Já deu para sentir que o tráfego está fluindo melhor, principalmente nos horários de pico. Sem falar que o asfalto estava deplorável, cheio de buracos e ondulações. Agora, com o recape, dá para andar sem prejudicar a suspensão do carro. Demoraram para liberar as faixas e melhorar a pista da via, mas, pelo menos fizeram. Já estava achando que isso nunca iria sair do papel”, destaca o morador do Jardim Avelino, Miguel Perante Dias.
Outros preferem criticar o tempo de interdição. “Não fizeram mais do que a obrigação em liberar as pistas e com demora recorde. Toda vez que lia uma matéria da Folha sobre o trânsito na Anhaia Mello e via que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) falava que as obras do monotrilho não diminuíram a capacidade da avenida, me irritava profundamente. Interditaram uma faixa de cada lado. Em alguns trechos, como no da estação Oratório, duas pistas em cada sentido foram bloqueadas, e querem que não aumente o trânsito? Querem falar que o espaço para os carros na avenida continuava o mesmo? Por favor, não brinquem com a inteligência do povo”, ressalta o morador do Parque São Lucas, Clayton Tavares.
Já a comerciante Cleide Maria Araújo, que reside na Vila Ema e utiliza a Anhaia Mello todo dia, fez questão de destacar a ansiedade pela abertura do primeiro trecho do monotrilho que, segundo o Metrô, deve ocorrer ainda em julho para viagens monitoradas e apenas em setembro operando comercialmente. “O trânsito melhorou com a liberação das faixas. Mas, isso apenas deixou a avenida como era antes, sem o caos das obras no canteiro central. O que era a promessa, e temos que esperar mesmo, é se, quando o monotrilho começar a funcionar, o número de veículos na Anhaia Mello vai diminuir. Afinal, essa é a finalidade de um transporte público, fazer com que as pessoas deixem os carros em casa”, completa Cleide.
O Metrô informou no começo do mês que a obra de paisagismo e o serviço de recapeamento no trecho entre as estações Vila Prudente e Oratório deveriam ser finalizados ainda na primeira quinzena de julho, liberando assim todas as faixas da Anhaia Mello que ainda continuam interditadas no percurso. Entretanto, as proximidades da estação Vila Prudente permanecem com as faixas da esquerda bloqueadas, assim como a sinalização de solo do trecho entre as avenidas Salim Farah Maluf e Alberto Ramos não foi refeita.
Nesta semana a reportagem voltou a questionar o Metrô, que informou que a finalização da repintura da sinalização viária está sendo providenciada e que existem pequenos trechos da via interditados, já que eles ainda seguem em obras. Não foi divulgada uma data para a liberação das pistas que continuam bloqueadas.