Faleceu no último dia 22 o morador da rua dos Trilhos, na Mooca, Hélio Almeida Rocha, de 54 anos. O ex-segurança era considerado um torcedor símbolo do Corinthians, por acompanhar o time em todos os cantos do país, mesmo com problemas de saúde. Tio Hélio, como era conhecido pelos corintianos, estava internado no Hospital do Coração desde março de 2012 por conta de uma miocardiopatia isquêmica grave, seu coração não funcionava direito por problema de oxigenação, e só um transplante poderia salvar sua vida. Ele chegou a ser destaque em uma matéria recente da revista Veja São Paulo, sobre pessoas que estavam há mais de um ano em hospitais, justamente por seu leito ser decorado com as cores e objetos do time de coração.
A paixão de Rocha pelo Corinthians era tão grande que após sua morte, o clube prestou as devidas homenagens em seu site e na página oficial do Facebook. Além disso, atletas e representantes do Timão entraram em contato com a família para prestar condolências e oferecer apoio. “O jogador Guilherme, que já o tinha visitado no hospital, ligou lamentando a morte do meu irmão. O Corinthians também ligou se comprometendo a ajudar nas custas da cerimônia, mas não foi necessário”, ressalta a irmã, Adriana de Almeida Rocha.
O amor do torcedor pela equipe chamava a atenção até no hospital. Seu leito era todo decorado com o símbolo, camisas e o mascote corintiano. “Nem internado ele parou de acompanhar. Ele sofreu um infarto no dia do jogo contra o Vasco na Libertadores do ano passado. Mas, mesmo sedado, durante a partida ele pedia para eu aumentar o volume da TV que ele queria assistir”, conta Adriana, explicando que dava broncas no irmão. “Eu pedia para ele maneirar por conta dos problemas de saúde, mas não tinha jeito. Era a paixão dele. Em setembro ele saiu do hospital e ficou uma semana em casa, não teve como evitar: foi para o estádio assistir um jogo”.
Há 16 anos Rocha sofreu seu primeiro infarto, o que foi o começo dos problemas cardíacos, que se agravaram em 2011. “Foi o ano em que meu pai faleceu. O Hélio sentiu muito e a saúde dele piorou. Mesmo assim ia aos jogos. Aqui na Mooca ele também não parava. Tinha costume de ir a um bar na rua Visconde de Laguna, onde tinha muitos amigos, e também no bar do Giba e na Esfiharia Juventus. Ele era muito querido”, comenta Adriana.
A irmã, porém, faz questão de ressaltar que o Corinthians não era a sua principal prioridade. “Ele era fanático sim. Não perdia um jogo. Mas sempre pensou muito na família. Em primeiro lugar para ele era Deus, depois os familiares e aí o Corinthians. Ele era um homem bom que pensava nos outros, principalmente nas pessoas mais próximas”, completa.
Helio Almeida Rocha foi cremado no Crematório da Vila Alpina. A missa de Sétimo Dia ocorreu ontem, na igreja São Paulo Apóstolo, no Belém.