No sábado, dia 17, Victor Hugo Deppman completaria 20 anos. O jovem foi morto em abril, durante assalto na porta do prédio onde morava no Belém, por causa de um celular. Em sua homenagem, cerca de mil pessoas tomaram as ruas do bairro no sábado em protesto contra a violência. No ato, os manifestantes também cobraram mudanças na legislação que determina as punições para os adolescentes infratores. O autor do disparo que matou Victor completou 18 anos três dias depois do crime.
A manifestação foi organizada pelo movimento “Por um Belém Melhor”, a pedido dos pais de Victor, José Valdir e Marisa Rita Deppman, e contou com a adesão de parentes de outras vítimas da violência urbana, como a deputada federal Keiko Ota, mãe do garoto Ives Ota, brutalmente assassinado aos 8 anos em 1997.
“Como mãe, que perdi meu filho assassinado, sei o que representa uma situação dessa para uma família. Por isso, defendo e farei o que for possível na Câmara dos Deputados para que tenhamos leis mais rígidas, que coíbam para valer os crimes contra a vida. Só assim evitaremos tragédias como essa, que vitimou covardemente o Vitão”, declarou Keiko Ota, se referindo a forma como o jovem era conhecido pelos amigos.
Com apitos e faixas, os manifestantes saíram do Largo São José do Belém e seguiram por algumas ruas do bairro, chegando até a avenida Salim Farah Maluf. O objetivo foi o cemitério Quarta Parada, onde Victor foi sepultado.
“Quatro meses se passaram desde a morte do Victor e nada mudou. Aqui no Belém continuam ocorrendo roubos e furtos, a sensação de insegurança é absurda. Queremos um efetivo policial maior, mas, a única atitude do Governo do Estado neste período foi dar o nome do Victor Hugo para a praça de esportes do Parque Estadual do Belém”, comenta indignado o advogado, Tercio Bamonte, um dos fundadores do movimento “Por um Belém Melhor”.
O crime
Victor Hugo Deppman, que era estudante de rádio e TV, foi morto em 9 de abril com um tiro na cabeça. Ele chegava ao edifício onde morava, por volta das 21h, quando foi abordado, no portão do prédio, por um menor infrator. Conforme mostram as imagens de câmeras de segurança, Victor não reagiu e entregou o celular para o menor que, logo depois, disparou e fugiu correndo. No dia seguinte o autor do crime se entregou ao Fórum da Infância e Juventude, no Brás.