Por volta das 9h30 da quarta-feira, dia 31, um incêndio de grandes proporções tomou conta de um dos depósitos do Armarinhos Fernando, entre as ruas Javari e Clark, na Mooca. O Corpo de Bombeiros levou mais de 12 horas para combater as labaredas e 30 horas depois do início do fogo homens da corporação ainda trabalhavam no local. A ação envolveu 86 bombeiros e 22 viaturas. Ninguém ficou ferido e não há informações sobre a causa. Este é o segundo grande incêndio na loja de departamentos neste ano. No dia 7 de janeiro, um curto-circuito provocou o fogo em outro depósito da unidade na esquina das ruas Taquari e dos Trilhos e o espaço continua interditado.
De acordo com informações dos bombeiros no local, o fogo começou no primeiro pavimento e, em poucos minutos, tomou conta de todo o imóvel, onde, segundo funcionários da loja, trabalhavam as equipes de manutenção e também ficava um depósito com diversos artigos inflamáveis. O espaço possui 9 mil m² distribuídos em três andares.
Rapidamente a fumaça preta tomou conta da região e pôde ser vista a quilômetros de distância. Nas redes sociais foi postada até uma foto tirada da Serra da Cantareira onde era possível avistar a fumaça. O Corpo de Bombeiros se dividiu em três frentes de combate ao incêndio: enquanto grupos resfriavam o prédio tanto pela rua Javari como pela rua Clark, outros homens da corporação entraram no imóvel para tentar conter às chamas.
Segundo o major Lima, que comandou a operação, durante os trabalhos no interior do depósito foram encontrados materiais de plástico, madeira, papelão e aerossol (desodorantes e cosméticos), o que causou muitas explosões. “Como os objetos que estavam lá dentro eram de alta combustão as chamas se propagaram rapidamente e os dois pavimentos superiores também foram atingidos. Nossa preocupação era com outro depósito ao lado que armazena álcool. Concentramos esforços na parte mais próxima desse local e conseguimos controlar”, explicou o major.
A Defesa Civil e a equipe de engenharia da Subprefeitura Mooca também estiveram no local no dia seguinte ao incêndio e, após avaliarem a situação do imóvel, determinaram que o prédio deve permanecer interditado até a sua total demolição.
Vizinhança sofre conseqüências do incêndio
O incêndio causou muitos problemas aos moradores do entorno. Além da intensa fumaça nos imóveis, janelas derreteram, vidros quebraram e muita sujeira invadiu as residências.
Um dos locais mais afetados foi o prédio residencial na rua Clarck, bem ao lado do depósito incendiado. “Mais de 20 apartamentos tiveram as janelas danificadas. Além disso, a nossa área de lazer, que inclui a piscina e o playground, foi interditada pela Prefeitura, pois a parede, que é encostada ao galpão, corre risco de desabar”, contou a síndica Clarice Rocha.
Dependências do colégio São Judas Tadeu, também ao lado do galpão, precisaram ser interditadas em razão de paredes terem sido atingidas pelas chamas. As aulas de quinta e de sexta foram suspensas.
Quem também sofreu com as consequências do incêndio foi a família Mangini, que reside na rua dos Campineiros, bem próximo ao local atingido pelo fogo. “Conseguimos entrar em casa apenas à noite e estávamos sem luz, sem telefone e no meio da sujeira e da fumaça. Milha filha, que estava muito assustada, não dormiu aqui”, comentou a dona de casa Dina Mangini, que passou a manhã de ontem limpando a residência. “Muitos objetos que explodiam dentro do galpão voaram para o meu quintal, como desodorantes, por exemplo. Ficamos bem assustados”, completou o proprietário do imóvel Roberto Mangini. (Gerson Rodrigues)