Conhecida pelo alto número de comércios, principalmente de automóveis, a avenida Anhaia Mello vem sofrendo uma alteração na sua imagem nos últimos anos. Cada vez mais, as placas com os nomes de empresas vêm dando lugar para as de aluga-se. Os motivos da debandada dos empresários e comerciantes vão desde o alto valor dos alugueis até as obras do monotrilho no canteiro central da via, iniciadas no final de 2009.
Somente no trecho entre as ruas Américo Vespucci e Torquato Tasso, cerca de 15 empresas fecharam as portas. “Sou um dos poucos sobreviventes. Vários colegas não conseguiram se manter. A obra do monotrilho foi a grande vilã. A Anhaia Mello precisou ser diminuída, perdeu faixas e, com isso, as pessoas que procuram os comércios têm dificuldade para acessá-los. Além disso, o ‘boom’ imobiliário da região, com a vinda do metrô, aumentou o aluguel de muitos locais nos últimos anos”, justificou o proprietário de uma loja de motos, Marcelo Rossi.
Outros fatores apontados por Rossi para a fuga das empresas do trecho foram as alterações viárias e as enchentes. “Meu comércio nunca encheu de água. Porém, com a obra do monotrilho, a avenida teve a pista levantada, facilitando que as lojas fossem invadidas pela água”, destacou. O empresário também ressaltou o impacto negativo das mudanças viárias ocorridas na região. “Muitas vias do entorno viraram contramão e os retornos da avenida diminuíram, então muitos clientes acabam desistindo de fazer a volta para ir a um determinado comércio. Somente na minha loja eu calculo que o movimento caiu cerca de 70% nos últimos anos”.
Quem também reclama são os corretores de imóveis, que estão encontrando dificuldades para alugar os pontos vazios. “De repente as imobiliárias, que só tinham o trabalho de receber os aluguéis da Anhaia Mello e repassar para os proprietários, ficaram cheias de imóveis disponíveis. E antigamente a procura por um espaço na via era grande, hoje, passamos meses sem aparecer alguém interessado em abrir seu comércio no local. Quem sabe com a inauguração do monotrilho a situação melhore, mas, por enquanto, está difícil de trabalhar com aluguel de imóveis na avenida”, comenta um corretor que prefere não se identificar para “não prejudicar” a imobiliária onde trabalha.
O problema pode ser visto ao longo de toda a avenida. Na região do Parque São Lucas, muitas lojas de automóveis também saíram da Anhaia Mello. “Não tinha condições de permanecer na via. Quem ganhou dinheiro com carro ganhou, hoje é só prejuízo trabalhar com este ramo na região. Eu tinha uma loja no São Lucas e outra no shopping de automóveis no Jardim Independência. Tive que fechar as duas. Percebi que com a obra do monotrilho muitos clientes passaram a evitar a avenida e isso afunda qualquer comércio. Até mesmo duas concessionárias saíram da via”, comenta João Neto Cardoso, que resolveu levar suas lojas de automóveis para o ABC.
A poluição também é vista como um dos motivos para a saída dos comerciantes da via. “Eu tinha uma loja de departamentos na avenida. Conforme o trânsito foi aumentando, também fui encontrando mais dificuldade para manter os produtos do comércio limpos. Teve uma época que comecei a evitar tecidos e materiais brancos, já que eles ficavam sujos com muita facilidade. Os clientes sempre reclamavam e isso prejudicava a imagem da empresa. Preferi mudar para avenida Sapopemba. A Anhaia Mello tende a ficar com diversos imóveis abandonados, a Prefeitura tem que realizar algum tipo de projeto para recuperar o comércio da via, senão o monotrilho será a única coisa funcionando na avenida, que também não é um local ideal para residências”, destacou a empresária Claudia Nogueira Cunha.
Estão apagando comentários contrários a opinião de vocês hein, será que se elogiar o jornalismo Anti-PSDB, raso e parcial vocês publicam? 😉
Não tem problema, a obra continuará até o fim essa mesma população será beneficiada, até a inauguração. 😆