No dia 3 de maio de 1983 o Clube Atlético Juventus entrava em campo no Parque São Jorge para aquele que seria o maior jogo da sua história: a final da Taça de Prata, a Série B do Campeonato Brasileiro. O adversário era o CSA de Alagoas e aos 26 minutos, Paulo Martins, cobrando pênalti, fez 1 x 0 para o Moleque Travesso, garantindo assim o título.
De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a disputa de 1983 foi realizada em duas divisões: a Taça de Ouro e a Taça de Prata. O Juventus estava entre os 40 times da série A (Taça de Ouro), porém, de acordo com o regulamento, a competição teve cinco fases, sendo que após a primeira foram definidos os rebaixados para a Série B e os clubes que conseguiram o acesso para a primeira divisão.
O Moleque Travesso caiu no Grupo F e ficou no quarto lugar, indo para a repescagem e sendo rebaixado para a disputa da Taça Prata do mesmo ano, após perder para o Goiás.
A disputa continuou e o Juventus entrou nas oitavas de final da Série B, onde eliminou o Itumbiara. Já nas quartas eliminou o Galícia da Bahia e na semifinal o Joinville.
Na decisão, o CSA mostrou a sua força em Alagoas na primeira partida, batendo o Juventus por 3 x 1 e fazendo com que o time grená tivesse a obrigação de ganhar a segunda partida na Javari, para forçar o jogo de desempate. E foi o que aconteceu. Diante da sua torcida na Mooca o Moleque Travesso ganhou de 3 x 0 e fez com que o título fosse disputado no Parque São Jorge. E foi no dia 3 de maio de 1983, diante de mais de quatro mil torcedores no estádio do Corinthians, que, após um jogo equilibrado, o Juventus fez 1 x 0 e levantou o tão esperado troféu.
O time que jogou a decisão foi: Carlos Pracidelli; Nelsinho Baptista, Deodoro, Nelson e Bisi; César, Paulo Martins e Gatãozinho; Sídnei, Ilo (Bira) e Cândido (Mário); técnico Candinho
Juventinos relembram a festa pelo título
Entre as mais de quatro mil pessoas no estádio no dia 3 de maio de 1983 estava o dono de uma ótica na rua da Mooca, Domingos Licastro, de 80 anos. O torcedor lembra que a Mooca ficou em festa. “Viemos do Parque São Jorge para a Mooca onde a comemoração foi completa, regada a muita cerveja”, destacou Licastro.
Quem também foi ao estádio foi Gilberto Luizetto, o Giba, dono do famoso bar da rua Javari que leva o seu apelido. “Seguimos em grande número para a partida. O time jogava muito. Tínhamos bons jogadores e confiamos na vitória. Depois foi só comemorar o título”, relembra.
Porém, ninguém lembra daquele jogo com mais carinho do que Elias Pássaro, que trabalha há 60 anos no clube e era o massagista da equipe na decisão. “Os jogadores, apesar de não demonstrarem dentro de campo, estavam muito nervosos. Mas, o técnico Candinho conseguiu controlar os ânimos e fizemos um bom jogo. Naquele ano nosso time era muito organizado. Essa foi uma época boa que deixou saudades”, completa Pássaro.