O escoamento das águas nas ruas e avenidas não representou o fim dos transtornos provocados pela tempestade que atingiu a região por volta das 16h da segunda-feira, dia 18. Dezenas de árvores e imensos galhos desabaram com os fortes ventos – somente na área da Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba foram mais de 30 pontos com ocorrências desta natureza. Além de interditarem o trânsito e danificarem veículos e residências, muitas das quedas também provocaram a interrupção do fornecimento de energia elétrica. Muitos moradores ainda se estressaram com a falta de entrosamento entre a Prefeitura e a AES Eletropaulo na resolução das demandas.
A imensa árvore que despencou na rua Cananéia, na Vila Prudente, pouco depois do cruzamento com a rua Américo Vespucci, fechou o tráfego na via e deixou residências e comércios sem energia por quase 28 horas em trechos de ambas as ruas. “Na segunda-feira ninguém apareceu por aqui. Foi meu filho que teve a preocupação de colocar fitas de isolamento na esquina, para evitar que à noite, com a escuridão, algum motorista batesse na árvore. Ligávamos pedindo ajuda e sempre forneciam novos prazos. Somente após muita insistência, a Prefeitura veio remover a árvore às 17h da terça-feira. Duas horas e meia depois a Eletropaulo religou a energia”, conta o advogado Geraldo Porto Filho, morador da Américo Vespucci. “Tudo que estava na geladeira foi para o lixo. Nessas horas não temos representantes. Meses atrás tinha um monte pedindo o nosso voto”, completa.
Na rua Sepatinin, na Vila Zelina, restos de árvores ainda estavam largados na via no final da tarde da quarta-feira – passadas mais de 48 horas do acidente. Ainda na noite da segunda-feira, bombeiros estiveram na via e cortaram a árvore em pedaços. Funcionários da Eletropaulo também apareceram por causa de cabos de alta tensão despencados, mas, somente às 17h da terça-feira os residentes da via e de parte da rua Tamuanas voltaram a contar com a energia. “Vamos ver quando a Prefeitura vai limpar essa sujeira. Só nos resta torcer para chegar logo o outono e o inverno para acabar com essas chuvas”, comenta o morador Plínio Cinionato.
Na rua São José dos Campos, na Quinta das Paineiras, árvores e imensos galhos também vieram abaixo em diversos pontos da via, provocando a interrupção do fornecimento de energia. Somente um morador da via somou oito protocolos de ligações para a Eletropaulo, além de também acionar a Prefeitura e a CET. “Davam prazos e não cumpriam. A luz acabou durante o temporal e só conseguiram restabelecer às 14h30 do dia seguinte. A Prefeitura só apareceu na manhã da quarta-feira para remover o que estava caído. Mas, ainda tem galhos em contato com a fiação”, ressalta o morador Valério Tomassi.
Na rua Chamantá, na Mooca, uma grande árvore despencou ao lado do número 31 e interrompeu o tráfego na via. Somente na terça-feira à noite equipes da Prefeitura cortaram os galhos e liberaram o trecho, mas, os restos continuam na praça Umberto Genovesi. “Desde 2009 eu pedia a remoção desta árvore por estar com cupins”, comenta a moradora Celina Ferrari.
Segundo os boletins que a Eletropaulo divulgava periodicamente, na região da Mooca as ocorrências que mais demoraram para serem resolvidas foram na rua Visconde de Inhomerin e na rua Borges de Figueiredo com rua Rubião Júnior. A concessionária de energia ressaltou que em casos de quedas de árvores de grande porte, o trabalho de restabelecimento da energia dependia também do trabalho do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil da Prefeitura.