A fachada do imóvel situado no número 1411 da rua Tobias Barreto, na Mooca, foi transformado em abrigo de moradores em situação de rua. No local vivem quase 10 pessoas entre homens e mulheres, além de cachorros, em condições totalmente precárias. A situação incomoda os moradores do entorno e as pessoas que passam pelo trecho.
“Está muito complicado conviver com isso. Além de juntarem grande quantidade de lixo, fazerem suas necessidades fisiológicas nas redondezas, os mesmos passam o dia ingerindo bebidas alcoólicas conseguidas gratuitamente nos trabalhos religiosos realizados no cemitério Quarta Parada, que fica bem perto do local”, declarou uma moradora vizinha ao imóvel que prefere não revelar seu nome. “Durante o dia a presença deles traz falta de tranquilidade e segurança. Sem falar que as pessoas que passam pela calçada podem ser mordidas pelos cachorros. Durante a noite e a madrugada, os mesmos, já embriagados, ficam cantando, falando alto, brigando e os cachorros latem muito, prejudicando o sossego dos moradores vizinhos”, completa.
Nesta semana a reportagem da Folha esteve no local e flagrou cerca de sete pessoas consumindo bebidas alcoólicas, se alimentando e dormindo no espaço repleto de sujeira. Quatro cachorros também permaneciam com o grupo.
Questionada, a Secretaria Municipal de Assistência Social se manifestou há cerca de 10 dias e informou que a Prefeitura atua diariamente na região, realizando abordagens e encaminhamentos, por meio de orientadores sociais. Foi ressaltado que com a finalidade de propiciar a saída do morador em situação de rua da região e promover o retorno ao convívio da família e da comunidade, o trabalho desenvolvido é socioeducativo, que consiste na identificação, aproximação, escuta e encaminhamento das pessoas que aceitam ir para centros de acolhida, centros de referências, entre outros espaços sociais. O órgão salientou que a maioria dos cidadãos abordados pelos orientadores recusa o atendimento e não podem ser obrigados a aceitar os serviços oferecidos. Porém, o trabalho é permanente e sempre com a missão de convencê-los a deixarem as ruas.
A Subprefeitura Mooca informou que a questão dos cachorros foi encaminhada ao Centro de Controle de Zoonozes da Prefeitura para que tomem alguma providência.