Com o intuito de incentivar a leitura, aprimorar a interpretação de texto e acabar com certos vícios de linguagem adquiridos com o intenso uso da internet, moradores do Ipiranga se mobilizaram e criaram um centro de leitura voltado para crianças e adolescentes em uma sala do 17º Distrito Policial – Ipiranga, que fica na rua Dom Luiz Lazagna, 534. A inauguração oficial do espaço aconteceu na quinta-feira, dia 21.
O ambiente cultural fica no andar térreo da delegacia, onde por muitos anos funcionou a carceragem da unidade, hoje desativada.
Segundo a presidente do Rotary Anchieta, a pedagoga Adelaide Maria Priami, uma das idealizadoras do projeto, a idéia surgiu há cerca de dois anos após perceber a dificuldade de crianças e adolescentes na escrita e na leitura. “Aqui não será uma biblioteca, onde as pessoas levam os livros para casa. A nossa proposta é diferente. Vamos auxiliar os atendidos a lerem e interpretarem a história aqui dentro. Iremos discutir sobre os conteúdos, gerar vocabulário, interagir com o que for lido”, explicou Adelaide.
No mesmo corredor onde foi instalada a sala de leitura há um Telecentro mantido pela Prefeitura desde 2008, com cerca de 20 computadores, onde a comunidade pode fazer cursos de informática e acessar a internet gratuitamente. “Várias crianças que acompanhavam seus pais no Telecentro não tinham o que fazer. Ficavam correndo pelo corredor e ao redor da delegacia. Hoje elas poderão freqüentar a sala de leitura”, comentou Adelaide.
Como o espaço foi montado dentro da delegacia, os idealizadores acreditam que servirá para a comunidade se aproximar mais da polícia. “Muitas pessoas, inclusive crianças, possuem uma visão equivocada da polícia. Com esse estreitamento poderão conhecer as autoridades, conhecer nossa rotina e até colaborar com o trabalho de segurança da região com informações”, comenta o delegado titular do 17º DP, Evandro Lemos. “Esperamos que esse serviço possa ser um projeto piloto a ser implantado em outras delegacias”, completou.
Para o advogado Luiz Falla, que possui escritório nas proximidades do distrito policial e foi um dos colaboradores do projeto, é uma grande satisfação participar dessa iniciativa. “É muito bom poder oferecer cultura e ajudar quem precisa”, afirmou Falla. Uma de suas responsabilidades foi a de selar o telhado do corredor onde está a sala e o Telecentro para inibir a invasão de pombos, que é um problema antigo do local.
A princípio quem dará andamento às propostas da sala de leitura será a própria Adelaide, mas, de acordo com ela, parcerias com faculdades serão buscadas para que voluntários possam colaborar nas ações culturais. “Ainda precisamos de material, como jogos pedagógico, livros infantis e para adolescentes. Qualquer ajuda será bem-vinda”, completou.