Na área de quase 34 mil m², entre as ruas Borges de Figueiredo, Guaratinguetá e João Antonio de Oliveira, na Mooca, que durante muitos anos abrigou as instalações da Companhia União dos Refinadores – um dos imóveis símbolos do processo de industrialização ocorrido na cidade no final do século 19 – a única construção remanescente da época é a chaminé, que deve permanecer intacta de acordo com o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) do Município. A decisão do tombamento foi publicada no Diário Oficial do último dia 26.
Quem passa pelo local observa um grande descampado no lugar dos antigos galpões, os quais foram demolidos para dar lugar a um grande empreendimento imobiliário. A construtora Cyrela pretende erguer no local cinco torres residenciais e uma comercial com oito andares cada. A construção está sendo intitulada como Luzes da Mooca.
Em julho do ano passado a Folha publicou matéria sobre os trabalhos de demolição que aconteciam no imóvel e as opiniões divididas dos moradores do bairro – parte queria a preservação e outra, o progresso. Na ocasião a Secretaria Municipal de Cultura informou que em reunião ocorrida em 2008 foi deferida a demolição dos galpões porque os mesmos não se tratavam de áreas tombadas. Entretanto, foi ressaltado ainda que o pedido para a realização dos trabalhos só foi aprovado com a ressalva de que a histórica chaminé fosse totalmente preservada, já que o processo de tombamento estava em andamento.
Com a decisão de tornar a chaminé um bem cultural, agora, qualquer intervenção prevista em um raio de 15 metros precisará ser aprovada pelo DPH.
A preservação da chaminé foi bem recebida pelos moradores do entorno. “Os galpões em si, embora tivessem valor histórico, arquitetonicamente eram bastante feios. Não havia traços que merecessem preservação. Já o tombamento da chaminé é positivo. Ela representa a industrialização e o crescimento da cidade. É importante em nossa história”, declara o aposentado Antonio Ferraz Neto, que mora na Mooca há 69 anos. Para ele, a verticalização do bairro tem aspectos positivos e negativos. “Ao mesmo tempo que acontece uma valorização, a infraestrutura local vai ficando saturada. Quando construírem os prédios planejados, mais gente passará a viver na Mooca, o que pode ser um problema”, acredita.
Olá, viemos morar na Mooca há 2 anos, pela tranquilidade e simpatia do bairro. Estamos também preocupados com o grande aumento populacional da ‘nossa’ região devido aos inumeros empreendimentos imobiliarios que a cada dia surgem por aqui. Espero que o jeito ‘moóca’ de ser não desapareça com este progresso! Abraços.
🙁 é com tristeza que vwemos a Mooca perder seu recorte histórico de forma vertiginosa. De nada adiantou termos participado de tantas reuniões e plenárias antes e durante a redação do novo Plano Diretor da Cidade, pois hoje na cidade quem manda nas questões urbanas é o mercado imobiliário. Tem coisa legal? tem, mas tem muita coisa duvidosa, como destruir a fábrica da Comapnhia União dos Refinadores e deixar, “pra inglês ver”, apenas a chaminé.
Achei ótimo! Aquele lado da Moóca sempre foi muito feio, com a obra vai ficar lindo. Só não entendo porque alguns moradores têm medo do crescimento populacional, eles deveriam ir morar na granja viana, por exemplo. Todos têm direito a moradia, a Moóca não só de quem já mora lá. Parabéns à construtora que vai deixar aquele lado feio do bairro, muito lindo!
Como assim: “Os galpões em si, embora tivessem valor histórico, arquitetonicamente eram bastante feios.” ?
Os galpões tem sua beleza, eles retratam o período industrial. Lá fora todos dão valor a essa arquitetura industrial, dando nova vida a elas transformando em galreias, museus… Aparentam “feios” por estarem mau conservados.
Triste, muito triste, ver esse lugar se transformando numa residencia vertical….